O Proeja - Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos -  busca garantir ensino técnico para as classes populares articulado com a elevação de escolaridade. São cursos acessados por pessoas com trajetórias educacionais fragmentadas, com histórico de exclusão e de insucessos que originam lacunas formativas.  Por essas características são cursos que sofrem preconceito dentro dos Institutos Federais. Esse estranhamento ocorre por parte do corpo docente, que o considera um curso menor, e de parte dos discentes, pois são estudantes considerados diferentes, nem sempre com roupas de marca, mas muitas marcas da vida. Essa concepção passa para os próprios estudantes do curso do Proeja, que não se sentem parte da instituição. Para explicitar este contexto, foi realizado o documentário “Proeja em primeira pessoa” com o objetivo de apresentar, para o conjunto da instituição e para a sociedade, os sujeitos que efetivamente fazem parte dos cursos do Proeja. O documentário está estruturado a partir do relato das experiências de vida, das trajetórias escolares, da luta cotidiana para permanecer estudando e a importância que estar em uma escola federal adquire no imaginário dos estudantes e seus reflexos em suas relações familiares. Foram  adicionados relatos de profissionais que trabalharam na elaboração do Proeja enquanto uma política pública, visando esclarecer para os expectadores aspectos importantes do Programa. A dinâmica do documentário foi planejada para demonstrar, inicialmente, o desconhecimento do curso pelos sujeitos do Câmpus, até a apresentação efetiva dos estudantes do Proeja e de suas histórias, como forma de torná-lo visível, um real protagonista do cotidiano da Instituição. Este documentário foi planejado e realizado em 2013, como ação do Projeto de Extensão Oficinas de Roteiro Audiovisual que, na época, integrava o Projeto Oficinas Permanentes de Cultura. Tratava-se de um exercício para desenvolver conceitos e dar materialidade às discussões realizadas nas oficinas a respeito de linguagem audiovisual. Buscando a realização de um produto final o mais profissional possível, os limites da produção esbarram no fato de ser todo ele feito por amadores, sem recursos financeiros de qualquer espécie e contou com a boa vontade de pessoas da comunidade acadêmica para sua efetivação. Destaca-se a parceria com a produtora Atama que realizou a edição final do documentário. Pela falta de experiência, foram utilizadas músicas com direito autoral que impede a divulgação em redes sociais como o Youtube e outras. Esta produção é apresentada até hoje nas atividades de recepção das novas turmas do Proeja no Campus Canoas e já foi utilizada pela Poro-reitoria de Ensino do IFRS para a formação inicial dos docentes. Mais do que um registro histórico, este documentário surpreende por, passado uma década de sua realização, parecer que foi recentemente filmado.

https://drive.google.com/file/d/1XA6vf0Xa9i3q97vjNMT4mBYzerw9lT6k/view?usp=sharing