A sala de aula idealiza-se como um ambiente de acolhimento e aprendizado para todos os estudantes. No entanto, apesar dos avanços nas discussões em prol da igualdade de gênero, é inegável que persiste uma sociedade marcada pelo patriarcado e pelo machismo. Nesse contexto, as mulheres continuam enfrentando estereótipos que as subestimam em relação aos homens, com suas habilidades acadêmicas frequentemente questionadas. Isto posto, a partir de debates e pesquisas em colaboração com o Núcleo de Ensino e Pesquisa em Gênero e Sexualidade (NEPGS) do câmpus Rio Grande, o presente trabalho se propõe a realizar um levantamento das manifestações de (micro)violências de gênero sofridas e/ou testemunhadas por alunas nos ambientes das salas de aula do câmpus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Para efetivar os objetivos propostos neste projeto, primeiramente realizamos uma revisão bibliográfica a fim de discutir os conceitos norteadores desta pesquisa. Logo, desenvolvemos um questionário misto, com questões objetivas e subjetivas, respondido de forma anônima por estudantes do gênero feminino do Ensino Médio Integrado, abarcando os seis cursos técnicos da Instituição: Eletrotécnica, Refrigeração e Climatização, Informática para Internet, Geoprocessamento, Automação Industrial e Fabricação Mecânica. O questionário abrangeu diversas seções, com perguntas cuidadosamente formuladas para encorajar as estudantes a refletirem sobre a presença de discursos e atitudes machistas no ambiente escolar, avaliar seu nível de segurança nas salas de aula e dentro da instituição como um todo, além de proporcionar esclarecimentos sobre termos cruciais para a pesquisa, como (micro)violências, (micro)machismo, mansplaining e outros. Cabe ressaltar que antes da aplicação do questionário foram fornecidos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) à todas as estudantes da modalidade integrada. Após recolher a documentação assinada - pelas próprias estudantes quando maiores de idade e pelas estudantes menores de idade acompanhadas por seus pais ou responsáveis legais - iniciou-se a aplicação nas dependências dos laboratórios do curso de Informática do câmpus. A partir dos resultados desta pesquisa, espera-se que este estudo possa gerar discussões significativas para a comunidade acadêmica do câmpus, especialmente visando promover o debate em torno de questões relacionadas à igualdade de gênero. Ao lançar luz sobre as manifestações de discursos e atitudes machistas nas salas de aula e no ambiente escolar, buscamos criar um espaço propício para desenvolver ações e iniciativas construtivas destinadas a promover um ambiente de aprendizagem igualitário, onde todas as pessoas, independentemente de seu gênero, sintam-se valorizadas, respeitadas e capacitadas a atingir seu pleno potencial acadêmico e pessoal.