Portal de Eventos do IFRS, 8º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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O imaginário do terror e a realidade das epidemias: a cidade do Rio Grande em três tempos.
Julia Martins Gregório, André luis Corrêa Silva, Isabella Rosa Martins

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


Este projeto de pesquisa pretende relacionar as pandemias e arquétipos do terror com a produção de uma mentalidade, capaz de impactar as estruturas sociais e de poder. As figuras construídas nos mitos e (re) apropriadas pela literatura e, mais recentemente consagradas pela cultura pop, têm sua origem numa base comum, inconsciente e refletem a mentalidade de uma determinada época. Esses mitos se avolumaram e ganharam força em épocas pandêmicas. Os últimos anos viram emergir a ameaça de um  patógeno com alta taxa de contágio e de letalidade (Covid-19). A partir de então uma multiplicidade de campos do conhecimento foi duramente afetada e novos estudos que explorem o tema, quer numa perspectiva sincrônica, quer numa perspectiva diacrônica e histórica se tornaram imprescindíveis. A pesquisa possui relevância social urgente, dada a necessidade de entendermos os eventos do tempo presente como partes de um conjunto maior de fatos que exigem uma atitude proativa na busca de soluções. Diante disso, nossos objetivos são o de contribuir para o entendimento dessa relação entre a produção de um medo coletivo refletido em arquétipos monstruosos (vampiros, licantropos, ceifadeira) capazes de contágio e a emergência de epidemias e pandemias. Esse aspecto mais geral será corroborado com um estudo de caso, uma análise num cenário específico. Dado isso, como objetivo específico pretendemos investigar as conjunturas de epidemia do cólera (1855/56) e da gripe espanhola (1918/20) em Rio Grande à luz das conseqüências sentidas na contemporaneidade pela pandemia de COVID-19 a fim de identificar as permanências e rupturas nas práticas sociais, as lógicas com que o medo de um “mal”, cujas causas são pouco conhecidas, afetam o cotidiano e quais as relações com a ciência no geral, a ciência médica em especifico e as ações do Estado em cada período investigado. A metodologia será o de uma pesquisa qualitativa, com leitura e análise de textos (literatura clássica de terror, endemias e pandemias, etc), além de outros que estabeleçam um diálogo com a história das mentalidades e psicanálise. Essa revisão bibliográfica sobre o tema das pandemias, especialmente focando no impacto na cidade do Rio Grande, contará num segundo momento com um diálogo com uma pesquisa historiográfica e documental na Biblioteca Rio-Grandense servindo-se de fontes primárias jornalísticas de Diários que circularam na cidade à época dos acontecimentos investigados. A análise desse material permitirá uma imersão no cotidiano e nas mentalidades de cada um daqueles períodos investigados. A pesquisa possibilitará entender os elementos invariantes dessas conjunturas marcadas por pandemias, tendo como pano-de-fundo o mito das criaturas que operam contágios, e ao longo do processo pretendemos apresentar em diversas atividades seus resultados parciais e finais que esperamos lancem luz sobre os eventos que se relacionam a períodos críticos como os marcados por pandemias.

Palavras-chave


Imaginário; Contágio; Pandemia.

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