Portal de Eventos do IFRS, 8º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

Tamanho da fonte: 
Biologia reprodutiva de Tropaeolum pentaphyllum Lam. (Tropaeolaceae)
Angela Julia Dorn, Juliana Marcia Rogalski, Eduardo Bedin Pasquetti, Talissa Baroni, Luis Henrique Rigo

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


A geófita Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem), é uma planta alimentícia não convencional, com interesse alimentício e ornamental, porém encontra-se ameaçada de extinção. O presente estudo objetivou compreender a biologia reprodutiva de T. pentaphyllum. Foram avaliados: fenologia (atividade e intensidade das fenofases: brotação de tubérculos, botões florais, flores, frutos e senescência do sistema caulinar aéreo); duração floral; volume e concentração de néctar; sistemas reprodutivos (agamospermia, polinização livre, autopolinização espontânea e manual, geitonogamia e alogamia); visitantes florais; frutificação; e germinação das sementes, em experimento trifatorial, 2 (controle e GA3) x 2 (luz e escuro) x 3 (areia autoclavada, turfa e vermiculita). Após a senescência do sistema caulinar aéreo, foi registrada a formação de tubérculos. Dos 130 tubérculos plantados, 113 brotaram (86,9%). Das plantas obtidas, 46% (n = 52) emitiram botões florais, 42,5% (n = 48) emitiram flores e apenas cinco indivíduos apresentaram frutos maduros (4,4%). A senescência do sistema caulinar aéreo ocorreu em indivíduos que ainda apresentavam botões florais, flores e frutos em desenvolvimento, comprometendo sua reprodução sexuada. A duração dos indivíduos, desde a brotação dos tubérculos até a senescência, foi de apenas 17,5 ± 4,7 semanas. A duração da flor foi de 13,6 ± 1,4 dias, variando entre 12 e 17 dias. A espécie apresentou protandria, sendo a duração da fase estaminada de 6,7 ± 2,3 dias, variando de 2 a 12 dias, e da fase pistilada de 6,1 ± 2,3 dias, variando de 3 a 9 dias. O volume de néctar diário produzido por flor foi de 3,2 ± 1,2 µL, variando de 1,9 a 5,4 µL, e a concentração média de açúcares foi de 24,5%, variando de 18 a 28,6%. Em relação ao sistema reprodutivo, agasmorpermia e autopolinização espontânea não formaram frutos, indicando a necessidade de polinizador. A formação de frutos foi de: 24,3% em polinização aberta; 8,6% em alogamia; 5,7% em geitonogamia; e 4,3% em autofecundação manual. A espécie apresentou polinização mista e duas espécies de beija-flor (Leucochloris albicollis Vieillot e Chlorostilbon lucidus Shaw) foram consideradas as principais polinizadoras. As sementes mantidas em câmara de germinação (BOD) tiveram maior germinação no tratamento GA3, ambiente escuro e substrato areia (90%). Ademais, sementes mantidas em casa de vegetação tiveram maior germinação no tratamento GA3, ambiente escuro e substrato turfa (82,3%). O controle, ambiente claro e vermiculita apresentou maior porcentagem de formação de tubérculos (100% das plantas). O tratamento GA3 escuro mostrou maior germinação das sementes de T. pentaphyllum, podendo ser utilizado na quebra da dormência das sementes. Os resultados obtidos mostram um grande avanço no conhecimento da biologia reprodutiva de T. pentaphyllum, podendo contribuir com sua conservação e cultivo.


Palavras-chave


Crem; Espécie ameaçada de extinção; PANC.

Texto completo: PDF