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Refletindo sobre a violência obstétrica sofrida pelas negras no Brasil através do cine diversidade
Luisa Helena Costa Alves Mariano, Manuela Finokiet

Última alteração: 04-12-2022

Resumo


EEste trabalho faz parte do projeto de ensino “Cine Diversidade: “gênero, sexualidade e diversidade étnico-cultural” no Campus Alvorada que desde 2018 vem desenvolvendo sessões de exibição de produções audiovisuais que abordam temas relacionados ao machismo, homofobia e racismo, proporcionando espaços para debates e reflexões sobre os mesmos. A violência obstétrica se refere a todos os tipos de violência direcionados às mulheres desde o momento que iniciam o seu pré natal até o momento do parto e mesmo após o parto (puerpério). Ao longo desse período as mulheres sofrem “pequenas” violências que se caracterizam em violências obstétricas e algumas delas acabam tornando-se naturalizadas, e podem ser tanto físicas quanto psicológicas. A violência obstétrica no Brasil é principalmente sofrida pelas mulheres negras. Além das mulheres negras sofrerem com a violência por conta do machismo desde seu nascimento, elas vivenciam tanto as violências em função do machismo como as do racismo. Por conta do racismo essa violência se expressa no número reduzido de consultas durante o pré-natal e no momento do parto, ao receberem uma dosagem menor de anestesia por serem consideradas mais resistentes à dor e não terem assegurado o direito de terem um acompanhante no momento do parto como é previsto na legislação. Muitas mulheres sofrem diariamente violência obstétrica, mas acabam não percebendo ou não prestando atenção pela forma como essa violência foi naturalizada e por conta das técnicas que acabaram sendo normalizadas e aceitas pela sociedade. No Brasil, uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica durante o parto e cerca de 65% destas são negras, o espaço em que mais sofrem com a violência é no SUS, demonstrando também que são as mulheres de maior vulnerabilidade social e econômica as que sofrem com este descaso. Por tanto nós do cine diversidade temos como pauta para as futuras atividades este tema, pois, compreendemos a necessidade de ser debatido um tema que tem sido tão esquecido e ignorado pela nossa sociedade.

Palavras-chave


Produção audiovisual, diversidade de gênero, diversidade sexual, diversidade étnico-cultural, racismo.

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