Uma das características do cenário global atual é o consumismo desenfreado. Tal comportamento resulta no descarte diário de toneladas de resíduos de todos os tipos, os quais, em geral, não são tratados adequadamente. Essa situação foi apresentada aos estudantes de 1º ano do curso Técnico em Administração do IFRS Campus Osório, durante o período de ensino remoto em 2020, através de um projeto interdisciplinar da área de linguagens (português; inglês; música e educação física) pautado pela temática “sociedade sustentável”, e gerou muitas inquietações na turma. Acreditando que a escola pode (e deve!) contribuir para a formação de um pensamento coletivo de sustentabilidade, apresentamos nosso projeto com o objetivo de elaborar uma proposta de ação com duplo viés: o primeiro voltado para atividades de conscientização sobre o descarte correto de resíduos sólidos orgânicos e recicláveis nos municípios que compõem o litoral norte gaúcho e o segundo, focado na facilitação do trabalho dos catadores de material reciclável da região. Para tanto, organizamos o projeto em cinco etapas metodológicas: pesquisa documental das leis federais, estaduais e municipais que tratam da destinação dos resíduos sólidos, a fim de obter uma base de conhecimentos sobre o tema; estudo dos principais conceitos que são abordados na educação ambiental; revisão bibliográfica sobre resíduos sólidos orgânicos e recicláveis; busca de instituições e programas que possam apoiar o trabalho dos catadores; e, por fim, elaboração de uma proposta de ação, visando colaborar tanto com a questão ambiental quanto com a questão social que envolvem o destino dos resíduos sólidos urbanos. Até então, finalizamos as etapas relacionadas à pesquisa teórica, produzimos material informativo sobre o descarte correto de lixo orgânico e reciclável para a comunidade interna do IFRS Campus Osório em parceria com Núcleo de Estudos em Agroecologia, Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, e Educação Ambiental/NEA e iniciamos a coleta de informações sobre possíveis colaboradores do trabalho dos catadores. Na sequência (até dezembro deste ano), concluiremos nossa proposta de ação, ampliando a elaboração de material informativo para divulgação na comunidade externa e, através das observações coletadas na visita a uma Cooperativa de  Catadores, propondo algumas estratégias que possam auxiliar o  trabalho desse tipo de organização.  Acreditamos que uma das formas mais eficientes para diminuir o problema do descarte incorreto está vinculada à Educação Ambiental, abrangendo não apenas as comunidades escolares (cujos membros se tornam replicadores) mas, também, a sociedade na qual estão inseridas. Dessa forma, pensamos que podemos contribuir para a formação de uma comunidade mais consciente e sustentável.