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O Brasil continua sendo o país do mundo onde mais LGBT são assassinados: uma
morte a cada 29 horas, segundo Relatório do Grupo Gay da Bahia. Os dados são alarmantes e
apresentam a ponta de um iceberg de ódio e violência direcionada a população LGBTQIAP+.
Porém, não é este o lugar que queremos ocupar, mas sim o de existir e se orgulhar. Com este
objetivo, os integrantes do Projeto Eventos de Sensibilização: Inclusão e Diversidade no IFRS
– Campus Sertão, vinculados ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero e Sexualidade
(NEPGS), realizaram atividades em alusão ao Mês do Orgulho LGBTQIAP+. As atividades
buscaram sensibilizar e disseminar conhecimento sobre a comunidade LGBTQIAP+ e
principalmente tornar o campus um espaço mais acolhedor, em que as diversidades possam
existir e serem respeitadas. A primeira atividade elaborada foi na entrada do prédio A13,
prédio onde se localizam as aulas do curso técnico em agropecuária integrado ao ensino
médio e as aulas de alguns cursos de graduação. Nos degraus da escada foram colocadas
faixas coloridas representando a bandeira LGBTQIAP+. Também foram coladas nas paredes a
frase “É sobre existir e se orgulhar”, juntamente com cartazes de notícias negativas
transformadas em notícias positivas para as pessoas LGBTQIAP+, transmitindo a mensagem
que podemos sim alterar a dura realidade enfrentada por essa população no Brasil. Tomamos
como inspiração a exposição “Notícias Futuras” de Vika Teixeira, uma travesti preta e
periférica, que com sua obra, visava evidenciar que há possibilidades de futuros melhores
para as travestis no Brasil. A segunda atividade ocorreu no restaurante do campus, intitulada
"Aqui no Campus tem LGBTQIAP+". Colocamos no mural a sigla LGBTQIAP+ com uma breve
descrição sobre cada orientação sexual e identidade de gênero, as bandeiras de cada sigla e
fotos de pessoas famosas que fazem parte da comunidade. Além disso, penduramos um
banner com a pergunta “Quais direitos queremos para a população LGBT+?” e, em uma mesa
ao lado, disponibilizamos canetas e notas adesivas, encorajando os discentes a darem sua
opinião sobre a pergunta em evidência. As atividades provocaram diferentes reações na
comunidade acadêmica. Alguns discentes foram vistos tirando fotos para serem publicadas
nas redes sociais e dialogando sobre as atividades. No entanto, tivemos também olhares
preconceituosos e discentes utilizando o elevador para evitar pisar na escada com a bandeira
LGBTQIAP+, demonstrando que ainda temos um longo caminho a trilhar no ambiente escolar.
Dessa forma, abordar sobre a diversidade de gênero e sexual no ambiente escolar e
acadêmico ainda é um desafio permanente, mas de extrema importância para as
desconstruções dos discursos que fomentam preconceitos a população LGBTQIAP+.

LGBTQIAP+; Existir; Orgulhar;