A menstruação é um assunto considerado tabu em nossa cultura hegemônica, por esse motivo muitas pessoas que menstruam vivenciam o ciclo menstrual sozinhas, com vergonha, um déficit de informações e, até mesmo, com a falta de produtos. Estão entre as principais características da pobreza menstrual: a falta de acesso a produtos de higiene, como absorvente e até papel higiênico; falta de banheiros adequados; valor elevado de produtos de higiene "feminina" e a falta de educação menstrual. Ainda, estima-se que no Brasil 1,24 milhão - 11,6% do total de quem estuda - não tenham à sua disposição papel higiênico nos banheiros das escolas. Dentre essas, 66,1% são pretas/pardas. Quando o assunto é saneamento básico, a pesquisa mostra que 6,5 milhões dessas pessoas vivem em locais que não tem condições básicas, ou seja: usam valas e fossas que não estão ligadas à rede de esgoto.Com o objetivo de ter-se maior panorama das necessidades de estudantes do IFRS Campus Feliz  em relação ao tema da dignidade menstrual, elaborou-se um questionário envolvendo questões como: acesso à itens de higiene pessoal (absorvente ou coletor menstrual) e o impacto na economia familiar, dores menstruais e o acesso à absorvente ou coletor menstrual no Campus Feliz. Acredita-se que essas respostas ajudarão a dar visibilidade ao tema da dignidade menstrual no espaço escolar. Mais de 80% dos 94 estudantes, que responderam ao questionário, do campus usa absorvente e não tem muito conhecimento sobre coletor menstrual; cerca de 4,3% informaram que não tem acesso de forma satisfatória a itens de higiene pessoal no período menstrual e já faltaram aulas por falta de absorvente/coletor menstrual; além disso, 23,7% disseram que a aquisição desses itens impacta no seu orçamento familiar de alguma forma. Todas as pessoas que menstruam têm direito à dignidade menstrual e, em muitos casos, isso significa garantir o acesso a produtos e condições de higiene pessoal. A ausência de itens básicos de higiene e saneamento básico afetam diretamente a dignidade, integridade corporal, saúde e bem-estar, dando lugar à pobreza menstrual. As ações desenvolvidas no campus então ligadas ao Projeto Dignidade Menstrual do IFRS, que visa promover a distribuição gratuita de absorventes descartáveis e coletores reutilizáveis para estudantes que necessitam.