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Transformações na propriedade fundiária em Alfredo Chaves (1903-1907)
Gabriela Guarda Bés, Marcos Vinícios Luft

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


Esta pesquisa aborda o período de pós-colonização italiana na Serra Gaúcha com foco na ex-colônia de Alfredo Chaves, atualmente municípios de Veranópolis, Nova Prata, Fagundes Varela, Nova Bassano, Cotiporã, Vista Alegre do Prata e Vila Flores. O objetivo principal do trabalho é entender as transformações na propriedade rural entre os anos de 1903 e 1907, para dessa forma compreender possíveis mudanças sociais nesse espaço geográfico, tendo em vista que era uma sociedade fundamentalmente agrícola. A metodologia do trabalho foi, inicialmente, a de uma pesquisa bibliográfica sobre a imigração italiana na região, a qual enfoca no “mito do colono”, imigrantes que desbravaram a região sem qualquer apoio estatal e que por isso tinham grande apego às suas terras. Posteriormente, aproveitou-se de uma pesquisa documental nos registros do cartório de Alfredo Chaves, armazenados no Arquivo Público do Estado, em Porto Alegre, sendo que estes foram fotografados e digitalizados pelo orientador em 2019. Posteriormente, foram selecionadas dentro dos registros algumas informações:  localização do lote vendido, data, comprador e vendedor, área, preço e testemunhas. Essas informações foram colocadas no programa de banco de dados Symphytum, o qual gerou uma planilha a partir da qual foi possível a análise desses dados.  A pesquisa constatou que o número de transações aumenta em relação ao período estudado em pesquisa anterior, a qual abordou os anos de 1892 a 1902 , da mesma forma que a quantidade de hectares vendidos; quanto a área dos lotes vendidos, podemos constatar que a grande maioria era de meia colônia a uma colônia, o que indica que as terras nesse momento ainda não estavam sofrendo uma divisão profunda. Além disso, nos registros podemos encontrar uma sociedade mais diversificada, com a presença não somente de sobrenomes italianos, mas também de alemães, poloneses e brasileiros. Em comparação com a bibliografia, podemos perceber que nem todos imigrantes se enraizaram em suas terras como os livros afirmavam, comprando e vendendo seus lotes conforme seus interesses. O que contradiz os estereótipos trazidos pelo mito do colono que afirmam um apego emocional dos colonos com suas terras, afinal estes vendiam e compravam lotes seguindo seus interesses.

Palavras-chave


Veranópolis; Serra Gaúcha; imigração italiana;

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