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Educação e novas tecnologias: reflexões sobre a razão instrumental e suas implicações no mundo comum
Morgana de Almeida Trintin, Adair Adams

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


Na segunda década do século XXI, a humanidade está perpassada pela essencialidade das tecnologias da comunicação e informação (TICs), o que nos desafia a pensar reflexões sobre a sociedade para além das armaduras do seu tecnicismo. Segundo Gadamer, “o desenvolvimento da formação da consciência social política não esteve à altura do esclarecimento científico e do progresso tecnológico na nossa civilização” (2011, p. 33). A hipótese de investigação é de que o processo de educação não pode ser determinado pelas TICs, mas tê-las como elementos de sua constituição. Nessa perspectiva, a educação tem papel fundamental, de assegurar seu papel humanizante em termos reflexivos, éticos, estéticos, políticos e epistêmicos. A pesquisa, com base na hermenêutica, objetiva reconhecer o processo de formação, constituído pela tradição, o ser humano em sua pluralidade, sobretudo por meio do direito de proferir a própria palavra na perspectiva de como quer o mundo comum, estabelecendo o princípio da socialização ao conviver e habitar com respeito à diversidade em diálogo com e por meio das TICs, mas sem ser determinado por elas. Também, busca reconhecer as dimensões culturais pertencentes a cada ser humano como enfrentamento à planificação, adotando dados que não se limitam à quantidade e ao nivelamento estatístico e algorítmico. Tem como meta pensar a educação em seus desafios atuais condicionados pela revolução das novas tecnologias na organização do mundo sob a pressuposição da linguagem tendo, como horizonte político o sentido da convivialidade de um mundo comum. Esta pesquisa quanto a sua natureza é básica, de abordagem qualitativa e de objetivo exploratório, com levantamento de dados por meio de estudo bibliográfico e análise hermenêutica, a partir de autores da educação e da filosofia, com destaque para Martin Heidegger, o qual se constitui em ponto de partida para a tradição do paradigma da linguagem, e Hannah Arendt, para quem a educação é um gesto de amor ao mundo e possibilidade de renová-lo na perspectiva do bem comum. Os resultados esperados constituem-se em proposições que apostam no equilíbrio em relação com as tecnologias, de construção de uma capacidade de dizer “sim” e “não”, colocando em diálogo os pensamentos calculador e meditativo. Heidegger, no texto A Serenidade, escreve: “Se dissermos, porém, simultaneamente “sim” e “não” [...] Nossa relação com o mundo técnico se torna  maravilhosamente simples e aprazível. [...] Quereria denominar esta atitude que diz simultaneamente “sim” e “não” ao mundo técnico com uma antiga palavra: a Serenidade em relação às coisas”. Na mesma perspectiva, argumentamos a necessidade de uma serenidade em relação aos seres humanos. Isso é uma construção que pode ser realizada na e pela educação. E, assim, criar instâncias de reflexão sobre o sentido de humano ser numa convivialildade pautada nos termos de uma amizade sincera, compreensibilidade, verdade e justiça.

 

 


Palavras-chave


Educação. Tecnologias. Heidegger. Serenidade

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