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A relação entre preconceito e padrões de beleza: reflexos na sociedade
Allana Canacar Biscaia, Janine Trevisan, Ana Carolina Peruzo, Rafaela Zandonai

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


O preconceito pode ser definido como um conceito antecipado gerado sem reflexão, podendo causar uma discriminação. Já os padrões de beleza, são construídos socialmente e culturalmente, e sofrem alterações ao decorrer da história. Desta forma, percebendo estas importantes questões sociais, o presente estudo objetiva identificar a relação existente entre as temáticas, além de compreender os reflexos gerados na sociedade, em especial, nas meninas adolescentes da serra gaúcha. A metodologia empregada foi baseada em revisões literárias durante todo o período, em especial do livro “Estigma” de Erving Goffman, além da coleta de dados quantitativos e qualitativos de duas maneiras. Primeiramente, aplicou-se um questionário com perguntas objetivas e dissertativas, buscando compreender as visões e vivências das jovens, contando com o total de 125 respostas. Logo após, foram realizadas 10 entrevistas com voluntárias da primeira etapa, buscando aprofundar os resultados encontrados por meio de seus relatos e experiências. Finalmente, os resultados foram analisados relacionando-os com as leituras e realizando debates entres as pesquisadoras. Infere-se que as práticas relacionadas ao preconceito podem criar padrões de beleza, sendo um exemplo disso, a questão racial. O preconceito contra o povo negro considera os brancos como superiores, inclusive na questão da beleza, o que gera padrões de beleza notavelmete racistas. Um exemplo disso é que ao pesquisar no google por “mulheres bonitas” a maioria das imagens é de mulheres brancas, loiras e magras; mas, se pesquisar por “cabelo feio”, a maioria é de afrodescendentes. Este fator se torna problemático na sociedade atual, principalmente por excluir dos padrões valorizados quase 25% da população brasileira, que é ocupada por mulheres negras. Além disso, o oposto também pode ocorrer, os padrões de beleza, ao estabelecerem o modelo de corpo ideal, criam preconceitos com aqueles que não o seguem. Pode-se citar como exemplo, a sociedade capacitista em que vivemos, que exclui as pessoas com deficiência da normalidade imposta. Isso também ocorre a respeito da gordofobia, o que pode levar as meninas jovens até mesmo a se machucarem e a desenvolverem transtornos alimentares, prejudicando, assim, a sua saúde somente para se sentirem pertencentes. De maneira geral, todas as mulheres, independente da etnia, classe social ou do continente em que vivem, sofrem de alguma forma com esta imposição, produzindo lucro para grandes empresas. Portanto, percebe-se interferências significativas geradas pelo preconceito, aliado aos padrões de beleza. Durante a adolescência, meninas jovens estão suscetíveis de grande forma a estes aspectos, podendo impactar no seu bem-estar, na sua identidade e na sociedade como um todo. Por fim, buscando promover uma mudança positiva nesta realidade, o projeto conta atualmente com um perfil na rede social Instagram, onde está iniciando a divulgação dos resultados encontrados, visando dar visibilidade a estas questões e relatos.


Palavras-chave


preconceito; padrões de beleza; sociedade

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