A pandemia de COVID-19 trouxe à população uma nova percepção do “viver”. No mundo acadêmico observam-se diferentes métodos de aprendizagem e relações cada vez mais introspectivas, afastando os estudantes de suas instituições de ensino e impactando em sua interação com o meio. Estas consequências estão presentes no Campus Viamão, percebidas, principalmente, nas turmas ingressantes a partir de 2020, que desconhecem não só sua infraestrutura, mas os serviços institucionais disponíveis para os discentes. O projeto de ensino “Fala, Gurizada!” tem por objetivo promover atividades de acolhimento e partilha que provoquem reflexões sobre diferentes temáticas que assolam toda a sociedade. Além disso, propõe-se a identificar possíveis impactos do retorno às aulas presenciais, estabelecer novas possibilidades de apoio e integração sociais e coletar dados que contribuam para a elaboração do Plano Estratégico de Ações de Permanência e Êxito dos Estudantes. Como metodologia para instigar a melhor relação entre alunos e servidores, os bolsistas e voluntários reúnem-se semanalmente para pensar em meios de integração com o público interno do Campus. Haja vista a intenção do grupo, os eventos e demais atividades extracurriculares foram organizadas estrategicamente para formação do vínculo e confiança dos discentes aos membros do projeto. Tendo em busca o maior alcance das ações, o projeto aliou-se a outros movimentos do Campus, como o “#TamoJunto” que possui visões semelhantes ao estudo. Consoante, suas equipes se uniram para, sob a orientação da Direção de Ensino e em consonância com Instrução Normativa  nº 001/2022, organizar o evento sobre a Promoção da Dignidade Menstrual no IFRS. Com o objetivo de conhecer as percepções das estudantes em relação ao seu corpo, menstruação e sexualidade, foram confeccionadas caixinhas personalizadas, disponibilizadas nos banheiros e corredores menos movimentados com o intuito de preservar a identidade e privacidade da participante. As dúvidas e relatos coletados nortearam as apresentações dos profissionais de saúde e ativistas convidados, possibilitando participação significativa do público alvo durante o evento. Em decorrência do envio de angústias emocionais não vinculadas ao tema proposto e da busca por acolhimento, espaços físicos foram organizados com almofadas e tapetes para que os acolhimentos sejam realizados em locais reservados e aconchegantes. Como resultado, obteve-se o vínculo com grande parte dos estudantes que tornaram-se mais ativos aos assuntos acadêmicos, bem como o recrutamento de novos voluntários aos dois projetos, fortalecendo a equipe e consequentemente, as ideias e práticas realizadas ao longo do ano. Portanto, ressalta-se a importância de atividades não conteudistas que reforçam laços entre toda a comunidade acadêmica, bem como desenvolve a empatia entre seres e os une para vencer os impactos deixados pelo Coronavírus. Para que assim, o ensino, pesquisa e extensão sejam aliados a restabelecer o convívio social e sanar feridas causadas pela pandemia.