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Uma análise sobre a trajetória profissional e acadêmica de egressas de cursos na área de Informática
Última alteração: 21-11-2022
Resumo
A reduzida participação das mulheres na Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) é uma questão identificada em diferentes partes do mundo. Isso se deve à construção dos papéis de gênero, proveniente do processo de socialização, possuindo uma origem cultural, o que pode ser identificado ao retomar-se a trajetória das mulheres na ciência e na tecnologia. Embora os dados sobre acesso e sucesso escolar indiquem vantagem das meninas sobre os meninos, existem estereótipos de gênero que se reproduzem nas práticas escolares e que podem produzir efeitos sobre a inserção social de meninos e meninas, por exemplo, na perpetuação do pensamento de que a tecnologia é uma área masculina. Os efeitos disso podem ser percebidos na proporção entre estudantes meninas e meninos que fazem o curso técnico em Informática no Campus Feliz do IFRS. Até o ano de 2020, seis turmas concluíram o curso, compreendendo um total de 149 estudantes, dentre as quais, 42 eram meninas), entre o número de meninas e meninas que concluíram o técnico e seguiram na área de tecnologia ou o número de meninas que saíram do curso antes de terminá-lo. Isso afeta o número de profissionais da área que dispõem de pouca diversidade para seu desenvolvimento. Por isso é importante debater o tema e entender quais são os motivos que afastam mulheres da área. Tendo em vista as dimensões apontadas, essa investigação tem sua importância relacionada à contribuição que traz para área ao analisar as trajetórias escolares sob o enfoque da justiça de gênero. Este projeto tem como objetivo compreender como se constituem as trajetórias escolares e profissionais femininas na área de Tecnologia da Informação. A pesquisa trata-se de um estudo de caso, de natureza qualitativa, tendo como principal fonte de coleta de dados a realização de entrevistas com 13 egressas do curso técnico em Informática integrado ao ensino médio Campus Feliz do IFRS. Apesar das experiências diferentes que cada uma das egressas apresentou, um fator comum que interliga todas é que, em todos os casos, é visível que neste ramo a capacidade masculina segue sendo mais valorizada e tanto o investimento quanto a visibilidade são, na maioria dos casos, direcionados ao público masculino. As trajetórias das egressas são marcadas por: a) fatores que influenciam o ingresso na instituição e no curso. Entre os principais estão a reputação da instituição e a crença nos caminhos que ela pode abrir. b) Marcadores do percurso escolar, com destaque para gênero. c) Ganhos com a passagem pela instituição e pelo curso. Sendo esse último fator indicativo dos motivos que as levaram a ingressar na instituição.
Palavras-chave
Gênero; Informática; Trajetória
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