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Análises fitoquímicas e antioxidantes de Rubus erythroclados: uma nativa com potencial nutracêutico
Kaliandra Severina Mattei, Juliana Marcia Rogalski, Talissa Baroni, Angela Julia Dorn, Luis Henrique Rigo, Eduardo Bedin Pasquetti

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


O arbusto Rubus erythroclados Mart. ex Hook.f. (amora-verde), é nativo e endêmico do Brasil. Os compostos fenólicos desempenham atividade medicinal, reduzindo efeitos do estresse oxidativo. Porém, praticamente não existem estudos bioquímicos com esta espécie. Assim, o objetivo deste estudo foi quantificar os compostos fenólicos (fenóis e flavonoides) e o potencial antioxidante (DPPH e ABTS) das folhas e dos frutos de amora-verde. Ainda, determinar os parâmetros físico-químicos (pH, acidez titulável e sólidos solúveis totais) e quantificar a vitamina C dos frutos de R. ertythroclados. A coleta do material ocorreu em dois ambientes: área nativa, em Sertão (RS); e pomar cultivado, em Getúlio Vargas (RS). As folhas foram secas em estufa (40ºC; 44h) e trituradas em moinho. Os frutos foram utilizados in natura. Os extratos foram preparados com etanol (70%). Os fenóis totais foram determinados pelo método de Folin-Ciocalteau, sendo os resultados expressos em grama (g) de ácido gálico equivalente (AGE), em 100 g de amostra. Os flavonoides totais foram quantificados a partir de uma curva de catequina, sendo resultados expressos em grama de catequina equivalente (CE), em 100 g. A capacidade antioxidante foi determinada pelo sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS, sendo os resultados expressos em porcentagem (%) de inibição. O pH foi determinado em leitor de bancada, a acidez titulável (%) por titulação com NaOH, e os sólidos solúveis com leitura em refratômetro analógico (%). Os resultados foram avaliados por estatísticas descritivas (média e intervalo de confiança). Todas as análises foram realizadas no Núcleo de Experimentação e Estudos Analíticos, do IFRS – Campus Sertão. As folhas de área nativa apresentaram maior quantificação de fenólicos (5,21 ± 0,50 gAGE.100g-1; 1,57 gCE.100g-1), com inibição de DPPH (96,56% ± 0,19) e ABTS (60,51% ± 0,05). As folhas de pomar também apresentaram fenólicos (2,88 ± 0,41 gAGE.100g-1; 0,95 ± 0,11 gCE.100g-1) e atividade antioxidante contra DPPH (95,58% ± 0,31) e ABTS (60,26% ± 0,06) consideráveis. Os frutos do pomar apresentaram fenólicos superiores à área nativa (0,42 ± 0,14 gAGE.100g-1; 0,04 ± 0,002 gCE.100g-1), com potencial antioxidante contra DPPH (97,02% ± 0,46) e ABTS (54,31% ± 5,36). Entretanto, os fitoquímicos presentes nos frutos de área nativa também foram elevados (0,16 ± 0,06 gAGE.100g-1; 0,03 ± 0,004 gCE.100g-1), com inibição de DPPH (96,40% ± 0,50) e ABTS (54,50% ± 4,57). Em relação aos frutos, o pH foi similar no pomar (4,79) e em área nativa (4,74), já a acidez titulável foi superior no pomar (2,85%) em relação à área nativa (2,08%). Os sólidos solúveis totais foram muito elevados: 20,6% (pomar) e 21,1% (nativa). Assim, os resultados indicam que a amora-verde tem excelente potencial medicinal, apresentando fitoquímicos de interesse. Seus, parâmetros físico-químicos também revelaram equilíbrio agradável no sabor do fruto, superior às variedades comerciais de Rubus utilizadas.

Palavras-chave


amora-verde, fenóis, flavonoides, planta medicinal, pequenos frutos

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