Portal de Eventos do IFRS, 7º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Conhecendo as abelhas nativas e o perfil dos apicultores/meliponicultores do norte do Rio Grande do Sul
Rafael Loreto Sinhor, Juliana Marcia Rogalski, Maikel Douglas Agostinetto, Valmor Antonio Minotto, João Vitor Nunes Padilha Vitor Nunes Padilha

Última alteração: 04-12-2022

Resumo


O Brasil possui mais de 1.500 espécies de abelhas nativas, sendo as principais polinizadoras. As abelhas nativas são solitárias (grande maioria) ou sociais, sendo a maioria destas sem ferrão (ASF). Dentre as exóticas Apis mellifera Linnaeus é a espécie mais utilizada. Os objetivos deste estudo foram: criar modelos didáticos para abrigar abelhas nativas solitárias e sociais, no município de Sertão (RS); e conhecer o perfil dos pequenos apicultores/meliponiculores de Pontão (RS). Para conhecer as abelhas nativas sociais e solitárias, foram confeccionados e instalados: duas colmeias de jataí (Tetragonisca angustula Latreille) e um  hotel de abelhas solitárias, no Jardim sensorial, situado na sede do Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões – Licenciatura em Ciências Agrícolas, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Sertão. Ademais, foi elaborado e aplicado um questionário visando conhecer o perfil dos apicultores/meliponicultores (n = 13) do município de Pontão, Norte do Rio Grande do Sul (RS). As colmeias e o hotel foram utilizadas como modelos didáticos para os visitantes conhecerem as abelhas nativas, seu comportamento e produtos, durante as visitas ao jardim sensorial. Em relação aos apicultores/meliponicultores: 46,2% utilizam somente abelhas nativas sem ferrão; 46,2% abelhas sem ferrão e Apis mellifera; e 7,7% somente A. mellifera. A quantidade de colmeias por produtor variou de três a 350. Os produtores comercializam mel, sendo vendidos, em média,  219 kg, com variação entre cinco e 1.000 kg. Somente um entrevistado vende própolis, sendo sua produção anual de 10 kg. Dos produtores entrevistados, 61,5% utilizam o mel  para consumo próprio, utilizando para fins medicinais e/ou nutricionais. Segundo os entrevistados, a maior dificuldade para manter as colmeias é a alta quantidade de defensivos agrícolas aplicado nas lavouras. Outras dificuldades citadas foram: forídeos, pouca florada, sazonalidade e falta de conhecimento na atividade. Em relação à importância das abelhas para a conservação de ecossistemas e cultivos agrícolas, 84,6% dos produtores responderam que é devido ao seu papel na polinização, os demais não souberam ou não responderam a questão. Portanto, a maioria  dos entrevistados reconhece a importância das abelhas para os ecossitemas e cultivos. A implantação das colmeias e do hotel didáticos de abelhas é uma importante ferramenta na conscientização ambiental, contribuindo com a conservação das espécies nativas. Os resultados indicam que os entrevistados ainda não dominam a atividade, mas que estão buscando aprimorá-la por meio de encontros e capacitações. Existe também uma grande diferença no perfil e na produção de mel entre os entrevistados.


Palavras-chave


Abelhas Nativas; Hotel de abelhas; Ecossistemas.

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