O projeto Atuarte busca através de suas atividades de educação teatral oportunizar aos estudantes do Campus Restinga ações vinculadas às temáticas sociais nos quais contemplamos discussões sobre violência, preconceitos, gênero, diversidade, entre outras. O campus Restinga está localizado em um bairro periférico de Porto Alegre, associado à criminalidade e ao desamparo por parte do poder público, enfrentando diversas dificuldades de acesso à arte e à cultura, mas que se destaca com a arte feita por seus moradores. Pensando nisso, e no interesse que os alunos do campus demonstraram com relação ao teatro, surge o Atuarte, visando proporcionar o acesso à cultura e dando a possibilidade de criação e expressão artística e, por meio disso, promovendo a conscientização sobre as questões sociais. O AtuArte busca promover atividades na área de arte e cultura na instituição e possui um papel fundamental para a manutenção do estudante na escola, uma vez que fortalece o vínculo do estudante com seus pares e, com a instituição, promovendo a permanência e êxito. Considerem-se ainda as habilidades sociais que são desenvolvidas com as atividades coletivas, promovendo a interação entre os estudantes, incluindo os mais introvertidos. O principal objetivo é proporcionar oficinas teatrais para os alunos do campus, construir peças e esquetes que abordem temas sociais, preconceitos e estereótipos. Nossos objetivos específicos são tornar a comunidade mais sensível com as problematizações contemporâneas e proporcionar contato com a arte de diversas formas e assim propor novas experiências culturais. Para concretização dos objetivos, estamos trabalhando em conjunto ao projeto Este Campus é Seu, que realiza visitas guiadas na instituição, visando a conscientização das oportunidades, sejam elas acadêmicas ou de crescimento individual. Como metodologia o grupo tem realizado apresentações e oficinas, que estimulam a desinibição do corpo como forma de se expor ao mundo. Nas sextas-feiras, há a realização de brainstorming e criação de peças e oficinas. Já nas segundas-feiras, ocorrem os ensaios. A proposta é usar o teatro como ferramenta de trabalho político, social, ético e estético, contribuindo para a transformação social, a fim de desenvolver o raciocínio crítico dos estudantes e dos espectadores. Utiliza-se das habilidades dos membros do grupo para todas as fases de criação das apresentações, desde a criação e roteirização até o ensaio, produção e atuação. Atualmente o grupo é formado por 10 estudantes, e apresentará sua primeira peça autoral na mostra científica do campus em outubro. De forma geral, acreditamos  que as metas propostas vem sendo alcançadas com sucesso, uma vez que, percebe-se a desconstrução do imaginário relacionado ao bairro, mesmo entre os participantes do grupo. Por fim, percebeu-se a necessidade da arte, do lúdico e da cultura em lugares em que a vulnerabilidade social se faz tão presente.