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O presente trabalho integra o projeto de ensino intitulado “O Ensino de Língua Portuguesa sob perspectiva dialógica”, desenvolvido no IFRS – Campus Rio Grande e direcionado à monitoria acadêmica do componente curricular Língua Portuguesa e Literatura Brasileira I. Dessa forma, busca-se apontar algumas considerações acerca da atuação das monitoras, do funcionamento discursivo da língua e do desenvolvimento da competência discursiva dos discentes. Acredita-se que o estudo dialógico da língua, bem como a constante reflexão sobre o papel da literatura na formação do cidadão, por meio do trabalho com diferentes gêneros, pode tornar os alunos mais proficientes no que tange à leitura e produção de discursos. Registra-se, ainda, que a perspectiva teórica adotada compreende que língua é empregada sob forma de enunciados concretos e únicos que refletem as condições específicas e as finalidades de cada esfera humana. Sendo assim, as palavras tomam forma e adquirem sentido no interior de um gênero. São as palavras, materializadas em enunciados, que validam a voz do (inter)locutor e corporificam o discurso. Ou seja, é assim que se desenvolve uma língua, por meio da prática viva e significativa da palavra. Para tanto, recorreu-se aos pressupostos teóricos pautados pelo Círculo de Bakhtin, a fim de subsidiar as reflexões em torno do funcionamento discursivo da língua, que exige reconhecimento do importante papel social desempenhado pela palavra e pelo gênero. Também se fez necessário compreender o conceito de letramento, que amplia o de alfabetização e sugere que o uso efetivo da língua transcende a decodificação linguística, promovendo a desenvoltura discursiva por meio de práticas sociais de leitura, escrita e oralidade. Assim, opera-se o alargamento da compreensão de letramento com o termo competência discursiva, tendo em vista que aquele, em sua essência, não considera a oralidade. Como procedimento metodológico, foram estudados conceitos dialógicos – língua, gênero, palavra, contexto de produção e ideologia –, os quais serviram como base teórica para a compreensão do funcionamento da linguagem. Também se refletiu sobre as acepções referentes à alfabetização e a letramento. Após a instrumentalização teórica, as alunas analisaram os conceitos apresentados, por meio da leitura efetiva de diversos gêneros, método que propiciou uma ampla reflexão sobre os textos e o aprimoramento das habilidades de leitura e escrita das discentes. Consoante aos resultados parciais, percebe-se que as bolsistas, ao desenvolverem a competência discursiva, estão assumindo, gradativamente, o controle da aquisição dos saberes e da formação acadêmica, atuando como cidadãs críticas e responsivas. Assim, acredita-se que as práticas sociais de leitura, escrita e oralidade impactam significativamente o desempenho acadêmico dos discentes, uma vez que contribuem com o aprimoramento e com a qualificação do processo de ensino e aprendizagem, além de promoverem a permanência e o êxito não somente das bolsistas como dos demais estudantes.

Língua; Gênero; Competência discursiva