Última alteração: 10-11-2021
Resumo
Os ambientes de educação profissionalizante podem ser geradores de ansiedade, devido à constante demanda de produção que se relaciona com aprendizados produtivistas. Em termos antropológicos, pensando a constituição da subjetividade, nos voltamos à cultura em que estamos inseridos, relacionando-a com a dispersão concentrada e o frenesi incessante como consequência da chamada “Cultura de Telas”. Através desta percepção, identificamos um conflito entre o processo de aprendizagem e o desenvolvimento humano, visto que o seu ser se baseia no desejo e no pensamento. O objetivo deste projeto de pesquisa é compreender quais os indícios culturais responsáveis por potencializar a ansiedade do indivíduo, através de algumas teorias com viés psicológico, trazidas por Freud e fenomenológicas, trazidas por Heidegger. Além disso, a leitura das obras de Bauman e Kundera possibilitam a compreensão e interpretação da cultura investigada, presente no contexto atual em que estamos inseridos. Os seres humanos são responsáveis por constituir este espaço-tempo em que estão inseridos, inclusive o que diz respeito à educação profissional, de tal forma que são desencadeadas patologias psicofisiológicas como a própria ansiedade. Esse processo pode ser relacionado com a identificação do ser humano em relação às imagens, que se apresentam em grandes quantidades e em uma velocidade que aumenta cada vez mais, desencadeando um embate entre o propósito da educação, estabelecendo-se como profissional e humanizante. O redirecionamento da constituição destes ambientes não é natural, ele se dá através da educação, o que enfatiza a importância da presença da humanização neste processo. O estudo desenvolvido busca, apesar das contradições encontradas na tecnificação e na patologização durante este percurso, ir além destes processos, através da humanização da educação.