Portal de Eventos do IFRS, 6º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

Produção de jogos para estudantes com deficiência visual no contexto do ensino de programação
Dáfne Corrêa Makrakis, Silvia Bertagnolli, Márcia Franco, Fábio Okuyama, Bruna Salton, Anderson Dall'Agnol

Última alteração: 16-11-2021

Resumo


O ensino de programação é uma tarefa complexa, pois compreende analisar os elementos do mundo real e traduzi-los para código usando uma linguagem de programação. Os recursos pedagógicos mais adotados são as representações visuais: imagens, animações, jogos, etc. Contudo, o processo de aprendizagem de estudantes com deficiência fica prejudicado diante deste cenário, visto que eles não conseguem utilizar esses recursos visuais. Partindo-se desse contexto, o objetivo principal deste trabalho compreende a elaboração de um jogo que possa ser usado por estudantes normovisuais e com deficiência visual. Para o seu desenvolvimento foram utilizados três métodos de pesquisa: pesquisa bibliográfica, visando entender os principais conceitos relacionados com o ensino de programação estruturada e  com o desenvolvimento de jogos educacionais; pesquisa documental, usando o site do IFRS e os Projetos Pedagógicos dos cursos da área de informática (nível médio e superior), com o intuito de identificar os conteúdos vinculados ao ensino de programação estruturada abordados nos diferentes cursos do IFRS; e pesquisa-ação com docentes vinculados ao ensino de programação que auxiliaram projeto do jogo. Como resultados foram elaborados dois jogos: (i) jogo de tabuleiro - em que o estudante resolve problemas e percorre as casas desse tabuleiro usando dados. Neste caso, foram considerados o uso de braile em todos os elementos e recursos hápticos para a correta localização do estudante no tabuleiro, além disso o jogo empregou cores contrastantes visando facilitar o seu uso por estudantes com baixa visão. Esse jogo ainda está em produção, pois como o FabLab do campus Porto Alegre ficou fechado, devido à pandemia, foi necessário adquirir uma impressora 3D para confeccioná-lo; (ii) jogo educacional digital que aborda os mesmos problemas do jogo de tabuleiro, porém organizado em fases e níveis; ele foi desenvolvido em Unit e está organizado em níveis e fases. Com o andamento da pesquisa, percebeu-se que para que estudantes com deficiência visual possam usar o jogo o ideal seria desenvolvê-lo como um áudio game. Um áudio game utiliza o som como elemento principal, onde as ações e interações são representadas pelo som; com ele toda a experiência do usuário é baseada em uma interface auditiva. Assim, começou-se a definir os principais elementos para o desenvolvimento dessa nova versão do jogo: alertas sonoros para feedback e interações, narração das questões e possíveis respostas, deixando claros os objetivos dos níveis; controle de volume, repetição e pausa nas narrações, entre outros itens que ainda estão sendo analisados. Com as investigações realizadas até o momento, foi possível perceber que recursos táteis são elementos muito usados para o ensino de estudantes com deficiência visual, e que há poucos recursos pedagógicos digitais acessíveis, no formato de jogos digitais educacionais, para o ensino de programação.

Palavras-chave


Ensino de Programação. Deficiência Visual. Jogos Educacionais.

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