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Expansão da silvicultura no sudeste Rio-grandense: organização territorial e impactos socioeconômicos no período 2000-2019
Milene Lima Rodrigues, Jefferson Rodrigues dos Santos, Tiago Borges Ribeiro Gandra

Última alteração: 22-11-2021

Resumo


As atividades de silvicultura no sul do Rio Grande do Sul vêm se expandindo e transformando todo o uso do território. Essa expansão se desenvolveu se apropriando do território e suas características sociais e ambientais, num contexto em que a promessa de desenvolvimento reforçava as estratégias econômicas e políticas das empresas atuantes no estado. Esse trabalho faz parte do projeto de pesquisa intitulado Análise da dinâmica territorial da silvicultura para celulose e papel no Rio Grande do Sul: da expansão aos efeitos da crise de 2008. Analisamos a dinâmica do comportamento da silvicultura no estado no período iniciado pela crise econômica internacional de 2008 e a relação com as mudanças socioeconômicas dos municípios pertencentes à mesorregião sudeste Rio-grandense. No desenvolvimento do trabalho, utilizou-se o banco de dados sobre uso e cobertura de solo de 2000, 2010 e 2019 (Land Use and Land Cover – LULC) do projeto Mapbiomas. Nessa perspectiva, as variáveis socioeconômicas selecionadas para a correlação com o crescimento da silvicultura foram, variação da população rural, Índice Desenvolvimento Humano por Município (IDHM) referente à longevidade e emprego. Os dados foram obtidos do Censo Demográfico e da plataforma RAIS. O software QGIS 3.12 foi utilizado para o processo de quantificação das atividades silviculturais, a qual se realizou através do reescalonamento entre 0 e 1 (raster binário) dos mapas de uso e cobertura de solo (LULC), permitindo a distinção entre a classe de cobertura de solo de silvicultura das demais. Esse procedimento possibilitou quantificar a área de cobertura da atividade e determinar o ritmo de avanço da silvicultura na mesorregião, considerando o período de análise proposto. Identificou-se, assim, a formação de um cinturão (belt) da expansão das áreas de plantações de espécies exóticas nos municípios da mesorregião. O belt silvicultor foi utilizado para traçar comparações com os resultados da correlação com as variáveis. Foi possível concluir que o plantio de florestas exóticas na porção Sul obteve uma correlação, apesar de baixa, com a redução da população rural dos municípios e pouca influência na melhoria da geração de empregos e longevidade da população. Conclui-se, também, que o crescimento da atividade que configurou esse belt se deu com maior intensidade no período 2000-2010, uma vez que a dinâmica econômica das empresas atuantes na região sofreu grandes impactos pela crise financeira de 2008.


Palavras-chave


Monocultura florestal. Dinâmica socioeconômica. Bioma Pampa.

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