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AGENCIAMENTOS DO TECNOCOLONIALISMO: COMPOSIÇÕES DE TIMBRAGEM NO ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO.
Gabriel Fagundes Gularte, Marcelo Bergamin Conter

Última alteração: 18-11-2021

Resumo


O trabalho atual parte de atravessamentos que surgiram no projeto de pesquisa intitulado O timbre como afeto no rock independente brasileiro. No cenário do rock independente brasileiro, os músicos desenvolvem complexas timbragens que são chave importante para a fruição sonora no gênero. Essas composições sonoras são feitas através  de uma série de pedais de efeito que modulam o sinal dos instrumentos musicais - chamamos esta rede sociotécnica de pedais e outros equipamentos de setup. Mas para um artista amador ou semiprofissional, dispor de vários pedais custa caro em tempos de desvalorização da moeda brasileira. O objetivo do atual trabalho é reconhecer, na formatação dos setups dos músicos independentes do Brasil, atravessamentos que vão além de escolhas estéticas dos músicos, mas também, agenciamentos sociais, tecnológicos, econômicos e políticos. A metodologia consiste na análise de obras disponíveis em plataformas digitais, entrevistas concedidas para meios jornalísticos e pela análise de entrevistas semi-estruturadas concedidas pelos artistas ao grupo de pesquisa no período entre 2018-2020. Entre as bandas entrevistadas e analisadas estão: Rakta; Boogarins; Winter; My Magical Glowing Lens; Cine Baltimore; Sterea; Adorável Clichê; Supervão; Zeca Viana; Harmônicos do Universo; E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante; e Miêta. Os membros destas bandas e seus setups são atravessados por condições de precariedade, pela necessidade de enjambres, pelo tecnocolonialismo que se impõe à produção musical no Brasil, e tudo isto afeta o resultado final de suas timbragens. Para compreender tais afecções, descrevemos e mapeamos a máquina social técnica (criada pelo acoplamento entre músicos, instrumentos musicais, amplificadores e pedais de efeito) que agencia timbragens, com o intuito de reconhecer transformações geradas nos corpos envolvidos no agenciamento (ouvintes, músicos, instrumentos, música) após os timbres serem atualizados.  Desta forma, o presente artigo contribui para o projeto de pesquisa na compreensão do timbre como um agente de comunicação afetiva.


Palavras-chave


Semiótica. Afeto. Timbre.

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