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Narrativas góticas e aproximação cultural
Gabriel Abech Leindecker, Dudlei Floriano De Oliveira

Última alteração: 10-11-2021

Resumo


Em 1887, H.G. Wells publicou o romance O Homem Invisível, uma obra clássica que mescla elementos de fantasia e ficção científica. Como o título sugere, a narrativa traz um cientista que, após alguns experimentos, acaba ficando invisível, sendo considerado uma espécie de monstro pelas demais personagens. Assim como outros romances do século XIX, como O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson, e Frankenstein, de Mary Shelley, experimentos científicos são usados como mote para retratar os medos da sociedade da época, que vivia em um momento de muitas inovações científicas, como o cinema, o automóvel, o telefone, dentre muitas outras. O presente trabalho tem como objetivo analisar o romance de H.G. Wells, textos teóricos e adaptações cinematográficas feitas a partir dessa obra, para entender mais a fundo a relação entre o gótico e a sociedade. Segundo Steven Bruhm (2002), o Gótico serve como um barômetro que mede as ansiedades que assolam determinadas culturas em determinadas épocas. Levando isso em conta, é significativo que atualizações dessas obras ocorram, sendo um exemplo o filme O Homem Invisível - lançado em 2020 - que traz a narrativa para o séc. XXI, colocando como protagonista a ex-esposa do cientista invisível, sendo que este passa a ser o antagonista, numa relação de violência doméstica. Nessa adaptação, percebe-se que há uma atualização do medo, que passa a ser um problema social real que causa violência física e psicológica, e em muitos casos, a morte da vítima, como mostram estatísticas dos atuais casos de feminicídio. Portanto, releituras que ressignificam obras que causavam terror no público na época de seu lançamento são importantes para que continuem a dialogar com o leitor (ou telespectador) contemporâneo.


Palavras-chave


O Homem Invisível. Gótico. Adaptação Cinematográfica.

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