Nos últimos anos, no Brasil, houve um processo significativo de ampliação de vagas no Ensino Superior, porém ao mesmo tempo em que o acesso foi ampliado, trancar ou abandonar o curso nos primeiros semestres não é um comportamento raro entre os jovens brasileiros, caracterizando a evasão escolar. Nessa direção, este estudo teve como objetivos identificar o percentual de evasão escolar dentre os cursos superiores em nível de graduação do IFRS – Campus Erechim e identificar e compreender os motivos que provocaram a evasão escolar neste mesmo contexto, nos últimos três anos. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa quantitativa, descritiva e documental, da qual participaram sessenta e dois estudantes evadidos, respondendo um questionário online e foram analisados os relatórios de matrícula fornecidos pelo setor de registros acadêmicos. Com relação ao percentual médio de evadidos, considerando os anos de 2017, 2018 e 2019, obtivemos os seguintes resultados: Engenharia Mecânica, 13,98%; Tecnologia em Design de Moda, 18,66%; Engenharia de Alimentos, 18,96%; e, Tecnologia em Marketing, 26,91%. Acerca dos motivos com potencial para impactar na decisão de abandonar os estudos, os resultados demonstram que são distintos, sendo os principais relacionados com fatores externos à instituição, os quais, supostamente, possuem maior dificuldade de resolução por meio de ações institucionais. Nesse ínterim, os participantes poderiam indicar até duas opções de resposta, motivo pelo qual a soma dos percentuais ultrapassa os 100%. Desta forma, os motivos externos ao curso e à instituição foram apontados por 43,5% dos participantes como sendo o motivo da evasão; dificuldades de aprendizagem, por 30,6% dos respondentes; e a extensa jornada de trabalho foi o motivo pelo qual 29% dos estudantes abandonaram os estudos. Além destes, outros motivos com menor incidência nas respostas também se mostraram importantes para análise, como, por exemplo, a não identificação com o curso, indicado por 19,4%; problemas financeiros e problemas de deslocamento, ambos com 14,5%; e ainda, aspectos ligados à motivação e ao período afastado dos estudos, ambos com 11,3%. Assim, conclui-se que, por parte da instituição, compreender as especificidades e particularidades de cada curso e a sua relação com contexto socioeconômico, deve se constituir como uma espécie de pano de fundo para pensar em estratégias para o enfrentamento da complexa e multifatorial problemática da evasão escolar. Esse enfrentamento se torna urgente, pois a evasão, além de estar alocada na base de distintos problemas sociais, causados principalmente pela falta de escolaridade e fragilidade no processo de formação humana e profissional, contribui com o desperdício de dinheiro público ao demandar inúmeros investimentos em cursos que acabam efetivando a formação de um número menor de estudantes do que potencialmente poderiam.