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Rendimento de cultivares de soja sob cinco níveis de desfolha, em estádio fenológico vegetativo e reprodutivo
Júlia Letícia Cassel, Daniela Batista dos Santos, Bruno Alcides Maldaner, Gabriele Molinari Rother, Pedro Henrique Gatti

Última alteração: 16-11-2021

Resumo


Em busca de aumentar o rendimento da cultura da soja, o melhoramento genético vem alterando as características morfofisiológicas, como a eficiência fotossintética. Atualmente, as cultivares são mais produtivas e com menor Índice de Área Foliar, de modo que, danos ao dossel necessitam ter seus efeitos melhor elucidados. Nesse contexto, este trabalho objetivou avaliar os componentes de rendimento das cultivares de soja Zeus IPRO, Delta IPRO, Lança IPRO, DM53I54 IPRO e DM5958 IPRO, quando submetidos à desfolha com intensidades de 0%, 16,6%, 33,3%, 50% e 66,6% nos estádios fenológicos V4 e R2. O primeiro nível de desfolha representa a testemunha, a segunda e terceira correspondem ao Nível de Dano Econômico (NDE) das fases reprodutiva e vegetativa, respectivamente, e as demais, acima do NDE em qualquer estádio. Foram realizadas avaliações a campo e de colheita, sendo as últimas, rendimento e seus componentes (contagem de nós e legumes - distribuídos entre haste principal e ramificações, e distribuição de acordo com o número de grãos; o peso de mil grãos (PMG); entre outras). Os resultados foram submetidos ao teste F (p<0,05) e, havendo significância, comparados pelo teste de Tukey (p<0,05) ou submetidos à análise de regressão (p<0,05). Observou-se comportamento diferente das cultivares, devido às características morfológicas e grupo de maturação. Para os níveis de desfolha realizados em V4, observou-se um comportamento quadrático na média dos níveis de desfolha, sendo que o processo estimulou maior formação de nós na haste principal e ramos, acrescentando legumes (principalmente de três grãos), número de grãos por planta e PMG e, portanto, aumentando o rendimento para algumas cultivares. Exemplo disto são as cultivares Zeus IPRO, Lança IPRO, DM5958 IPRO e Delta IPRO, que nos níveis de desfolha 33,3%, 16,6%, 16,6% e 33,3%, respectivamente, obtiveram aumento de 24%, 40%, 21% e 24%, respectivamente, no rendimento de grãos (kg.ha-1) quando comparados à testemunha. Enquanto isso, a cultivar DM53i54 IPRO, no nível de desfolha de 66,6%, apresentou 20% redução de rendimento em comparação à testemunha, dado principalmente pela diminuição de nós reprodutivos na haste principal e nas ramificações. Quanto à desfolha realizada em R2, as cultivares apresentaram declínio no rendimento, de até 25% em média, quando comparado à testemunha. Na cultivar Delta IPRO esse decréscimo foi de até 45%, principalmente nos níveis de desfolha superiores a 50%. Esses valores são justificados, principalmente, pela redução no número de legumes com três grãos e do número de grãos por planta, redução do PMG e diminuição do número de nós reprodutivos na haste principal (apesar do número de nós reprodutivos nas ramificações ter aumentado, como uma estratégia da planta para contornar o processo de desfolha). Os dados podem fomentar práticas de manejo nas lavouras regionais.


Palavras-chave


Taxa fotossintética. Metabolismo. Nível de Dano Econômico.

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