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A pesquisa intitulada Diálogos entre a História e a Literatura: compreensão dos processos de independência de Angola e Moçambique por meio das obras de Pepetela e Paulina Chiziane surgiu da necessidade de melhor compreender os processos de independência que se desenrolaram no continente africano na segunda metade do século XX, em consonância com o disposto na lei 10.639/03 — que determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira, além do estudo da História da África e dos Africanos. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo compreender processos históricos de independência vividos recentemente no continente africano, especialmente em Angola e Moçambique, a partir da análise das obras literárias de autores desses países,  buscando uma História de caráter menos eurocêntrico. Assim, é possível aprimorar o entendimento da história e da cultura de determinados povos, produzindo reflexos na História ensinada no Ensino Médio e em componentes curriculares de cursos de licenciatura. A pesquisa se baseou, metodologicamente, na análise de obras literárias dos autores Pepetela, da Angola, e Paulina Chiziane, de Moçambique. A escolha por esses países se deu pela facilidade de acesso às obras e por terem sido colônias de metrópole que já exerceu controle no território brasileiro. Foram realizadas discussões semanais para compartilhar entendimentos sobre as obras e suas relações históricas, sociais e culturais, considerando critérios de análise histórica e literária. A partir da metodologia, o trabalho possibilitou o contato e a construção de conhecimentos a respeito da história de duas realidades do continente africano. Concluiu-se as leituras de textos literários e históricos acerca de Moçambique e Angola, além de formular documentos escritos que apresentam destaques das leituras realizadas. Além de tratarem sobre a independência de seus países, destacam-se diferenças relevantes entre os autores: Pepetela escreve a partir de sua visão masculina do que foi a guerra em Angola e numa narrativa que se aproxima da ocidental; Chiziane nos fornece um olhar feminino e muito impregnado de oralidade africana. Através da pesquisa foi possível ampliar compreensões sobre os povos africanos, que podem estar presentes na sala de aula, em diversos níveis de ensino, permitindo ter contato com outros grupos sociais, identificar outros modos de vida e com isso ampliar os modos de perceber diferentes atitudes, costumes e narrativas, além de valorizar nossa própria identidade, respeitar a dos outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.

História. Literatura. África.