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PROGRAMA GEOSAÚDE: MAPEAMENTO DOS ÓBITOS REGISTRADOS POR SARS-COV-2 NO MUNICÍPIO DO RIO GRANDE/RS
Última alteração: 04-02-2021
Resumo
O Programa Geosaúde é uma ação extensionista realizada pelo IFRS - campus Rio Grande em parceria com a Secretaria de Município da Saúde (SMS). O Geosaúde trabalha com uma área do conhecimento denominada “geografia da saúde”, que correlaciona doenças da população com a área onde ela reside. No ano de 2020, com o surgimento da pandemia de SARS-CoV-2, a prefeitura municipal do Rio Grande estabeleceu uma parceria com o Geosaude para elaboração de gráficos e produtos cartográficos, tendo em vista a utilização de geotecnologias para melhor compreender a dinâmica espacial da covid 19 no município. Os gráficos e mapas são gerados semanalmente e classificados por semanas epidemiológicas. As informações relativas a doença chegam diariamente para a equipe técnica do Programa Geosaúde, com dados como: ocorrências, óbitos, idade, sexo e ocupação dos pacientes, sintomatologia e comorbidades. A partir daí os casos são georreferenciados com auxílio do software Google Earth e posteriormente inseridos em ambiente SIG (sistema de informações geográficas) com uso do software QGis. No software SIG, os casos e óbitos são representados espacialmente e então gerados mapas e análises espaciais. Nos produtos cartográficos, representamos diversos aspectos importantes, por exemplo, o mapeamento dos óbitos por covid 19 no município, separado por localidades. Esse tipo de produção ajuda a prefeitura a entender quais locais do município tem um maior número de mortes, podendo correlacionar esses números com fatores socioeconômicos, idade média das pessoas que residem nesta localidade, etc. Até este momento (semana epidemiológica 47) foi possível identificar que o primeiro óbito ocorreu no bairro Buccholz, 6 semanas após o diagnóstico do primeiro caso no município. Os bairros que mais registraram óbitos até o momento foram Centro, Cidade Nova e Parque Marinha, respectivamente com 13, 11, e 8 óbitos. Após traçar o perfil epidemiológico dos óbitos, foi possível levantar que as principais comorbidades destes pacientes foram diabetes e doenças cardiovasculares crônicas, com média de idade de 70 anos. Este mapeamento, atualmente, auxilia o comitê de crise criado pela prefeitura para combater a covid 19, além de abastecer boletins epidemiológicos com o objetivo de informar a população e ajudar gestores municipais em ações de combate ao contágio e disseminação da doença nos lugares que mais precisam. Na prática, conhecendo quais localidades são mais afetadas pelos óbitos, os órgãos gestores assumem uma postura mais preventiva e ativa. Todos os esforços foram bem sucedidos, confirmando ainda mais a importância das geotecnologias na gestão municipal.
Palavras-chave
Geografia da saúde. Gestão municipal. Produtos cartográficos.
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