O projeto de ensino “Mulheres na filosofia” consiste em promover reflexões, no IFRS -  Campus Osório, acerca da visão androcêntrica, misógina e racista sobre as mulheres. A razão desse estudo ocorre pela constatação da pouca presença de mulheres no currículo, pelo pouco reconhecimento da presença delas ao longo da história do conhecimento, da ciência e da filosofia. Percebe-se que elas foram historicamente apagadas e deslegitimadas. A problemática do projeto questiona a possibilidade do diálogo da filosofia feminista no contexto brasileiro ancorado no mito da democracia racial. As mulheres e a população negra são mais de 50% da população brasileira, porém a estrutura machista e racista permanece atribuindo a elas a subalternidade, sexualização e subserviência. A crítica aos aspectos econômicos, à estrutura classista é necessária e não traz o conformismo e naturalização da sociedade. Para compreender a diversidade e as possibilidades da ação das mulheres, é preciso estudá-las, pensar nas mulheres, ler mulheres. Assim, o projeto busca perceber a presença o protagonismo de diversas mulheres pensadoras, negras, latino-americanas, principalmente, na filosofia. Dessa forma, é necessário enegrecer os espaços, respeitar, entender e reconhecer suas pluralidades. O projeto tem como intuito explicitar as diversas realidades das mulheres filósofas, construindo um feminismo dialógico interseccional e inclusivo, mostrando outra perspectiva. Assim, há um processo de desconstrução de discursos eurocêntricos, colonizadores e machistas. Metodologicamente, o projeto desenvolve-se em quatro etapas. Em primeiro lugar, foram realizados estudos para a compreensão dos feminismos através de vídeos-aulas e foram realizadas leituras de textos, em especial, o livro “Filósofas: a presença das mulheres na filosofia”. Autoras como Lélia Gonzalez, Mary Wollstonecraft, Simone de Beauvoir, Rosa Luxemburgo também são o referencial teórico do projeto. Em segundo lugar, foram promovidos debates sobre os estudos. Em terceiro lugar, estipularam-se ações educativas que viabilizam a divulgação de descobertas e aprendizagens. Em quarto lugar, em andamento, almeja-se desenvolver materiais audiovisuais como um canal de comunicação, um jornal filosófico, vídeos e cards. Como resultados parciais, pode-se concluir a importância do papel das mulheres filósofas na sociedade, as quais foram inviabilizadas e desvalorizadas por olhares opressores. Compreende-se a importância de descobrir lógicas que ocultam para reconhecer o protagonismo e a diversidade dos saberes das mulheres. Poder adentrar nas histórias das mulheres, conhecer suas trajetórias e visualizar a construção de uma sociedade com equidade e direitos.