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O PROJETO PROTAGONISMOS E SABERES NEGROS: ROMPENDO INVISIBILIDADES DAS MULHERES NEGRAS NO LITORAL NORTE DO RS
Maria Luiza Silva Conceição, Kathlen Luana de Oliveira

Última alteração: 11-01-2021

Resumo


O projeto Protagonismos e saberes negros: rompendo invisibilidades das mulheres negras no litoral norte do RS é um projeto de pesquisa vinculado ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena (NEABI) e ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero e Sexualidade (NEPGS), elaborado com a intenção de mapear a presença das mulheres negras na região. A razão para o desenvolvimento deste trabalho foi dada após perceber a dificuldade em enunciar o protagonismo da negritude na comunidade do campus Osório- IFRS. Há espaços limitados e ainda vinculados a datas comemorativas que situam a representatividade. Pretende-se, com essa pesquisa, localizar protagonismos das mulheres negras da nossa região, visto que essas mulheres estão presentes em muitas lutas por equidade. Num primeiro momento, o projeto parte de estudos teóricos para compreender as formas do racismo, identificando causas históricas e antropológicas do apagamento de suas identidades. Como metodologia, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, usando como referencial teórico Lélia Gonzalez, uma professora, política e antropóloga brasileira. González é o ponto de referência para todo o trabalho. A partir dela conceitos como protagonismo, relação de classe, raça e gênero são fundantes para a pesquisa. Além disso, a compreensão do racismo estrutural dentro da sociedade brasileira é construída com esse referencial teórico. Num segundo momento, ainda em planejamento, o projeto almeja realizar um levantamento de dados a partir dos meios de comunicação oficiais e locais. Com esses dados, a problemática da pesquisa é compreender a quantidade e qualidade da representatividade das mulheres negras na nossa região. Como resultados até o momento, foi possível descobrir, a partir de Lélia González, estruturas históricas sobre as questões raciais no Brasil. Conceitos racistas são edificados e reatualizados em nossa sociedade como herança da nossa colonização. Além de processos de escravização, há o apagamento cultural, identitário, da ancestralidade e da resistência. Para a autora, o racismo, além de roubar nossas identidades, internaliza a sensação de inferioridade, fazendo com que todas as estruturas da sociedade sejam brancas e excludentes, tornando a desigualdade social um fator inconsciente e impregnado culturalmente. Como conclusão, constata-se a necessidade de espaços para diálogo sobre protagonismo das mulheres, sobre racismo para compreender a importância da pluralidade e da representatividade. Como o preconceito racial é um problema enraizado na história, estudar e pesquisar sobre autoras negras dentro da comunidade escolar amplia horizontes, abre possibilidades de desconstrução do racismo e das lógicas de violência e desigualdade, indica caminhos mais justos e plurais.

Palavras-chave


Protagonismos; Negritude; Mulheres

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