O trabalho aqui apresentado é oriundo de dois grandes estudos do mesmo grupo de pesquisadores, coordenados pela professora Magali Lippert (IFRS) e pelo prof. Marlon de Almeida (UFRGS), que se dedicaram, primeiramente, a um mapeamento que identificou 952 escritores que produziram Literatura (ficção longa e curta, poesia, crônica, literatura infantil e juvenil e textos dramáticos) no período de 1976-2016 no estado do Rio Grande do Sul (A produção literária Sul-rio-grandense de 1976-2016). Após o mapeamento, concluído em meados de 2018, surgiu a necessidade de avaliar o consumo da Literatura Sul-rio-grandense por leitores gaúchos, gerando outra pesquisa concluída em agosto de 2020. Uma das subdivisões da pesquisa mais recente inclui o trabalho aqui apresentado sobre as editoras sul-rio-grandenses que publicaram os autores mapeados pelos pesquisadores. Partimos para uma reflexão acerca das editoras que publicam Literatura no Estado do Rio Grande do Sul: fizemos um levantamento das maiores editoras e identificamos características, modelo de negócio e tendências buscando verificar como a comunidade que trata do negócio do livro trabalha o escoamento da produção. Construímos uma visão panorâmica do mercado editorial sul-rio-grandense. Mapeamos e listamos 31 editoras em atividade que publicaram autores gaúchos, constatamos que dessas, 13 são associadas ao Clube dos Editores do Rio Grande do Sul, o que demonstra certo interesse associativo por parte dos editores. Verificamos que o Estado vive um momento difuso quanto ao seu mercado editorial:  comum crescimento no número de editoras independentes ao mesmo tempo em que editoras com uma maior circulação de exemplares inovam em seu marketing e formas de distribuição, especialmente com e-books − alavancando o escoamento de conteúdo digital. De forma geral o mercado editorial sul-rio-grandense parece focado na produção, distribuição e divulgação de livros, mas seus compostos de Marketing parecem ainda engessados, evidenciando o antigo pressuposto da “conquista de leitores”. Para a sobrevivência de um sistema literário com todos os elos da cadeia produtor-editor/distribuidor-leitor é necessário buscar alternativas mais modernas e assertivas, sem perder de vista a qualidade do que é publicado. Apenas duas editoras das 31 analisadas demonstram que possuem um modelo de negócio focado em captar consumidores e fidelizá-los (para além de “conquistar leitores”). Esse estudo visou abrir perspectivas gerais, uma vez que há inexistência de estudos científicos sobre as editoras sul-rio-grandenses sendo difícil compor um corpus referencial/bibliográfico mais consistente.