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Caracterização da farinha da PANC crem (Tropaeolum pentaphyllum) e elaboração de produtos alimentícios com substituição parcial da farinha do tubérculo.
juliano presotto pedron, Luciana Pereira Bernd, Orlando Barbieri Belloli, Shana Paula Segala Miotto, André Mezzomo, Luis Carlos Diel Rupp, Raquel Margarete Franzen de Avila

Última alteração: 09-12-2019

Resumo


O Brasil é um país de dimensões continentais, possuindo uma grande biodiversidade a ser pesquisada. Porém grande parte do consumo está voltada a apenas 20 espécies de plantas, destas apenas 5 representam 80% do consumo. Recursos genéticos vegetais são recursos finitos e vulneráveis a perdas através do extrativismo, existindo a necessidade de reopção por novas espécies a serem cultivadas. Na busca por uma alimentação mais saudável e pela diversificação de alimentos consumidos, as plantas alimentícias não convencionais (PANC) surgem como uma das alternativas. Algumas destas já consumidas por imigrantes tornam-se uma boa escolha pela diversificação e por alimentos mais saudáveis. O Crem (Tropaeolum pentaphyllum) é considerado uma planta alimentícia não convencional, sendo tradicionalmente utilizada pelos imigrantes italianos e seus descendentes na Serra Gaúcha, apresentando potencial para ser pesquisado e aplicado na alimentação humana, além de proporcionar um resgate cultural no seu consumo. O presente trabalho visa o resgate cultural do consumo do crem e avaliação do potencial de aplicação de sua farinha em produtos de origem alimentícia. Para isso, procedeu-se com a definição dos procedimentos para a elaboração da farinha de crem, para posteriormente analisar a sua composição físico-química (teor de umidade, pH, cinzas, lipídeos, proteínas, atividade de água, acidez titulável, cor, compostos bioativos e fibras) bem como do crem in natura. Formulou-se biscoitos salgados com substituição parcial da farinha de trigo por farinha de crem integral, nas concentrações de 10, 20 e 30 %. Os produtos foram avaliados sensorialmente mediante testes afetivos, com teste de aceitação por escala hedônica em relação aos atributos cor, textura, sabor e aparência global, e teste de intenção de compra. Até o presente momento, com as análises físico-químicas já feitas, a farinha de crem apresentou 8,0 % de umidade, 5,3 de pH, 5,36 % de cinzas e 0,97 % de lipídeos; já o crem in natura, teor de umidade de 79,20 %, pH 5,50, 0,85 % de cinzas e 1,19 % de lipídeos. Os resultados obtidos na análise sensorial demonstraram que o biscoito com 10 % de farinha de crem obteve as maiores médias, diferindo estatisticamente das demais formulações nos atributos textura, sabor, aparência global, e intenção de compra, sendo correspondente a “possivelmente compraria”, na escala utilizada. A produção de farinha de crem, produto inovador no mercado, proporciona uma durabilidade maior ao tubérculo, com potencial de diversificar e incentivar meios de consumo contínuo. Palavras-chave: crem; desenvolvimento de produto; resgate cultural.

 


Palavras-chave


Biscoito; Desenvolvimento de produto; Resgate cultural.

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