Última alteração: 02-03-2020
Resumo
Desde o final do século XVIII e início do século XIX, os corpos humanos passaram a ser utilizados como estratégias de poder político, sendo empregado como determinante social de cada ser o seu sexo biológico, partindo-se do pressuposto de que ele estabelece os demais aspectos da sexualidade de um indivíduo (identidade de gênero e orientação sexual). A proposta do projeto foi trazer à tona dúvidas e esclarecimentos com os/as estudantes do EMI (ensino médio integrado) acerca do reducionismo social aos gêneros binários (macho e fêmea), bem como, auxiliar no processo de formação de seres autônomos, deixando clara a forma como essa restrição atinge a construção da sexualidade dos sujeitos destruindo a pluralidade das existências. Foram realizadas pesquisas teóricas acerca da temática que se tornou uma regra de organização social para abordar o assunto de forma clara e embasada, elaborado um questionário enviado aos alunos e alunas com a intenção de compreender quais aspectos sobre a construção identitária se apresentavam como desordenados e o nível de conhecimento sobre a temática, rodas de conversa em salas de aula com dinâmicas e explicações didáticas em relação a diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais, tal como, propor um pensamento desvinculado da genitália como determinante, ademais, acesso em outros horários para sanar questionamentos e orientar sobre dúvidas restantes de forma individual caso fosse de interesse do/da discente. O resultado foi obtido através de indagações e pesquisa entregue as turmas contempladas, com o retorno desta inspeção concluiu-se a relevância do projeto e que o objetivo inicial foi alcançado, visto que, diversos/as estudantes se sentiram legitimados/das dentro de sua individualidade e solicitaram retorno quanto ao assunto. Com o tema discorrido, ampliou-se a permissividade para conversas acerca da sexualidade, além de acréscimos ao conceito antes reducionista do assunto, como também, amplificou-se o diálogo a outras temáticas, sendo elas: racismo, machismo e feminismos. Em suma, pode-se apontar a carência de diálogos pontuais sobre sexualidade e o quão essencial é estar receptivo a estas interrogações. A proposta é de manter o projeto para anos futuros, para que se siga auxiliando acadêmicos/as em seus processos emancipatórios e de elaboração do pensamento crítico, como também, estender o projeto para ofertar oficinas aos docentes do município de Osório em parceria com a Secretária de Educação Municipal, visto que, estes trabalham com jovens múltiplos/as e nem todos/as professores/as foram contemplados/as com este conteúdo durante suas formações acadêmicas.