O Assentamento da Reforma Agrária FIlhos de Sepé, localizado em Viamão-RS, completou 20 anos de existência no ano de 2018, em uma área de proteção ambiental chamada Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, por conta disso sua existência é marcada pela produção orgânica de alimentos, principalmente de arroz (sendo o maior produtor de arroz orgânico da América Latina). O assentamento tem cerca de 9500 hectares, sendo 1600 reservados para a produção de arroz e é dividido em três núcleos de moradias; Esse processo de organização é marcado pela relação com a área de proteção ambiental e pelos desafios da produção orgânica dos mais variados alimentos, sua história gera importantes e diferentes relações com os caminhos da reforma agrária. O presente projeto de pesquisa pretende realizar o resgate histórico dos 20 anos do Assentamento, com foco na análise da relevância do Assentamento para o desenvolvimento social local, econômico, preservação ambiental e produção agroecológica do município de Viamão e região. O procedimento metodológico da pesquisa é a realização de entrevista com assentados, a partir do uso de métodos de história oral, e a realização de uma coleta de fontes secundárias a partir da pesquisa de notícias, manchetes e trabalhos acadêmicos já realizados sobre o Assentamento. As pessoas que serão entrevistadas são membros da comunidade que estiveram desde o início na construção do assentamento, com o intuito de recompor memórias sobre a experiência vivida. Com essas memórias diversas se buscará recompor, organizar e divulgar elementos deste processo relevante para a cidade de Viamão, que é a existência do Assentamento Filhos de Sepé em seu território. A partir do levantamento de fontes também será iniciado um processo de análise das mesmas, a fim de se contribuir com o conhecimento público sobre o assentamento, somando-se às pesquisas já realizadas sobre o mesmo. A pesquisa encontra-se em andamento. Percebe-se que a reconstrução das memórias dos 20 anos do Assentamento Filhos de Sepé realizada pelos(as) próprios trabalhadores(as) é extremamente importante, pois assim se dá voz àqueles que protagonizaram o cotidiano da criação, manutenção e os desafios do assentamento. Espera-se ao final deste projeto, encontrar em conjunto com a organização do Assentamento outros meios de divulgação das memórias.