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Atividade antioxidante dos extratos de sementes de uva e seus efeitos na toxicidade induzida por glifosato em Caenorhabditis elegans
LAURA CAROLINE POULUK STROZAK, Roberta Schmatz, Gislaine Taís Grzeça, Simone Bertazzo Rossato, Marcus André Kurtz Almança

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


Dentre os ingredientes ativos mais utilizados em agrotóxicos no mundo destaca-se o glifosato. A utilização indiscriminada e o não cumprimento dos períodos de carência deste pesticida estão associados à ocorrência de intoxicações em humanos e contaminações de rios, solos e alimentos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar os possíveis danos causados pela exposição ao glifosato sobre parâmetros comportamentais e bioquímicos, utilizando o modelo alternativo Caenorhabditis elegans (C. elegans). Além disso, pretende-se verificar os efeitos dos extratos de sementes de uva Pinot Noir, Isabel, Niágara e Touriga na possível reversão ou atenuação das alterações provocadas pelo glifosato. Para realização dos experimentos os C.elegans do tipo selvagem N2 foram mantidos em placas de Petri, contendo meio de crescimento para nematoides, a temperatura de 20ºC. Para testar se os extratos de sementes de uva aumentam a resistência a possíveis danos causados pelo glifosato, os nematoides no estágio larval L4, foram expostos ao glifosato e/ou extratos. A partir disso, foram analisados os batimentos faríngeos, o ciclo de defecação, a quantificação dos níveis de espécies reativas de oxigênio (EROS) e a atividade da acetilcolinesterase. Também realizou-se a preparação dos extratos de semente de uva e a quantificação da atividade antioxidante por meio do reagente DPPH (2,2- difenil-1-picril-hidrazil) nas concentrações de 50, 100, 200, 300, 400, 500 e 1000 µg/mL de cada um dos extratos. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, posteriormente, as médias foram submetidas ao teste de Tukey (GraphPad Prism 8). Para as quatro variedades de uva testadas a maior capacidade antioxidante alcançada foi na concentração de 1000 µg/mL, na qual houve uma redução de 93,83% dos radicais DPPH para o extrato de Pinot Noir, 69,16% para o extrato de Isabel, 93,08% para o extrato de Niágara e 91,60% de redução dos radicais DPPH para o extrato de Touriga. Com base nesses resultados, a concentração de 1000 µg/mL de extrato foi escolhida para os experimentos com C. elegans.  Além disso, foram obtidos resultados parciais que sugerem alterações nos níveis de EROS e na atividade da acetilcolinesterase nos grupos de C. elegans expostos ao glifosato e/ou extratos. Com o andamento do projeto (duração até agosto de 2020), espera-se obter dados que contribuam para o entendimento dos mecanismos envolvidos na ação do glifosato e um possível efeito protetor dos extratos de sementes de uva sobre essa toxicidade. Além disso, esse estudo é importante pois busca possíveis aplicabilidades para as sementes de uva, um dos principais resíduos gerados pela indústria vitivinícola.


Palavras-chave


Polifenóis; Agrotóxicos; Nematoides

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