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Construção teórica do conceito de timbre a partir das teorias do afeto
Eric Lima Pedott, Marcelo Bergamin Conter

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


O presente trabalho, vinculado ao projeto de pesquisa O timbre como afeto no rock independente: uma abordagem semiótica, pretende compreender teoricamente as formas de afecção promovidas pelo timbre. Para além de pensá-lo como uma das possíveis dimensões da música (como ritmo, melodia e harmonia), queremos observar sua potência como agente afetivo de singularização da sonoridade na música. Para tanto, nos baseamos em um levantamento bibliográfico interdisciplinar, que passa por autores que lidam com teorias do afeto na semiótica, na filosofia, na acústica, na etnomusicologia, na musicologia e na comunicação. Entende-se o afeto como algo resultante de uma força, uma intensidade ou uma sensação que é resultado de uma ação de um corpo contra outro (a tal ação, por sua vez, denominamos afecção). Assim o timbre não se trata de um corpo, mas de um incorpóreo que é formado pelo encontro desses corpos. Essa é nossa primeira etapa de construção teórica, que trata de pensar o timbre como afeto. A pesquisa ainda pretende efetuar uma segunda etapa: partindo do princípio de que é possível observar o timbre como um afeto, poderíamos, ainda, pensá-lo como dotado de uma potência semiótica. Nessa etapa, o filósofo Gilles Deleuze é nosso principal interlocutor, especialmente quando ele aproxima a teoria dos afetos nos estoicos e em Spinoza à noção de signo. Com isso, espera-se descolar o timbre de diversas acepções do senso comum, como por exemplo compreendê-lo predominantemente como um mensageiro, um transmissor de emoções. Mais do que isso, espera-se, ainda, ser possível compreendê-lo tanto como um acontecimento (resultado da mistura de corpos), quanto um corpo transformado (afeto), o que por fim garante uma leitura muito mais complexa do fenômeno, em especial suas dimensões técnicas, culturais, políticas e de linguagem.

Palavras-chave


comunicação; afeto; timbre

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