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A sala de aula inclusiva e o ensino de L1 e L2 de português no contexto surdo
Douglas Bloss Pires, Gabriela Fontana Abs da Cruz, Victoria Moraes Ramos

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


Inclusão é um tema atual e relevante no contexto educacional brasileiro. No entanto, muito ainda precisa ser discutido, principalmente em relação à comunidade surda. Algo que deve ser considerado é que, em uma sala de aula inclusiva, estão presentes tanto falantes de português como língua materna (L1) quanto surdos, cuja L1, em geral, é a Libras. Assim, o português para o surdo é uma segunda língua (L2), o que exige uma abordagem diferente no processo de ensino/aprendizagem. Com essa problemática, propomos discutir sobre inclusão na educação e evidenciar as distinções do ensino de português como L1 e o ensino de português como L2 no contexto surdo. Para tanto, a pesquisa foi realizada em duas etapas: a primeira, com a definição do termo "escola inclusiva", a partir de livros teóricos, leis, artigos e documentos oficiais; a segunda, com a análise dessas definições em relação ao ensino de língua portuguesa como L1 e L2. Como resultado, escola inclusiva, segundo Stainback (1999), é um ambiente que educa todos e que todos recebem oportunidades, e que fazem parte e são aceitos. Na palavra “todos”, na escola inclusiva, estão contemplados tanto alunos ouvintes quanto surdos e, portanto, para que suas necessidades educacionais sejam satisfeitas, um dos primeiros passos é considerar as especificidades do ensino de L1 e de L2 de português. Os PCNs, de 1998/2000, definem como principais objetivos do ensino de L1: ler e escrever conforme seus propósitos e demandas sociais, expressar-se apropriadamente em situações de interação oral diferentes daquelas próprias de seu universo imediato e refletir sobre os fenômenos da linguagem, particularmente os que tocam a questão da variedade linguística. No ensino de L2, é importante considerar aspectos da história dos alunos, da comunidade e da cultura local; a leitura, que em outra língua pode também colaborar no desempenho do aluno como leitor em sua língua materna; e perceber que o domínio de idiomas adicionais no ensino médio, mesmo de forma parcial, permite acesso a informações diversificadas, a outras culturas e a realidades de diferentes grupos sociais. Ramos (2010) evidencia que uma das problemáticas quanto à inclusão em sala de aula é a pouca capacitação dos professores. Sendo assim, realizamos oficinas (no Campus) com a proposta de debater sobre  a cultura surda e quebrar alguns paradigmas. Pretendemos levar as oficinas a diversas outras escolas, a fim de auxiliar na capacitação de professores que tenham alunos surdos em suas salas de aula.

Palavras-chave


Ensino; Surdo; Português

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