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Microcomputadores e suas tecnologias: análise dos potenciais usos da linguagem BASIC difundidos através das primeiras publicações brasileiras de microinformática
Sarah Lima Jaeger, Marcelo Vianna

Última alteração: 06-12-2019

Resumo




Os microcomputadores surgiram no final dos anos 1970 propondo a liberdade individual por meio da autonomia ofertada aos indivíduos. Entretanto, para desfrutar como um todo de todas suas potencialidades, era preciso criar algum nível de conhecimento entre seus usuários, já que um microcomputador acompanhava um interpretador em linguagem BASIC, o que possibilitava seu uso. Assim, a fim de facilitar a interação entre máquina e usuário, surgiram publicações especializadas que buscavam contribuir no entendimento e exploração dos limites técnicos dos microcomputadores, envolvendo os leitores em um campo até então restrito a especialistas da Informática. Levando-se em conta que as tecnologias de microcomputadores começaram a se popularizar no Brasil a partir do início dos anos 1980, nossa pesquisa busca observar como as publicações de microinformática no país traziam matérias e cursos envolvendo a linguagem BASIC para computadores, em suas diferentes apresentações. Como fontes, foram utilizadas as revistas Micro Sistemas, Micro Hobby e Micro Mundo, tendo em vista sua circulação e popularidade entre a comunidade informática da época. A pesquisa analisou matérias, propagandas e listagens de códigos em BASIC publicados nesses periódicos, contemplando as diversas propostas e funcionalidades, como aplicações comerciais e financeiras, jogos eletrônicos e programas voltados à Educação e à Saúde, além do retorno dos leitores através dos códigos e críticas publicadas. Nossos resultados parciais apontam que havia um claro aspecto educacional, já que interessava despertar no usuário uma série de competências a partir do aprendizado da linguagem e construção de programas, tais como raciocínio lógico; por outro lado, a pluralidade de programas demonstram ainda uma certa indefinição sobre o papel no qual o microcomputador poderia representar, visto tanto como um divertimento aprimorado voltado a jogos eletrônicos, quanto uma ferramenta de serviço para profissionais liberais ou pequenos comércios.Como considerações, observamos que a tensão gerada entre os possíveis usos do microcomputador, devidamente programados a partir conhecimento da linguagem BASIC, envolvia ainda a própria incerteza de como as publicações compreendiam essas tecnologias. Isso porque as revistas permitiam contribuições de leitores com perfis um tanto ecléticos, como jovens que enviavam programas de jogos eletrônicos e utilitários para publicação. Essa indefinição, através de códigos abertos em BASIC para aprendizagem por “tentativa e erro” dos usuários, seriam características de um período pioneiro da microcomputação no país, contrastando com a ascensão de uma segunda geração de micros padrão IBM PC e suas publicações, que por serem mais sofisticados e caros, seriam voltadas ao mundo profissional e menos educacional.



Palavras-chave


História social da informática; Linguagens de programação; Imprensa.

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