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Óleo essencial de Eugenia anomala: estudo do potencial antineoplásico em células humanas de câncer de mama e composição química
Thais Cardoso Bitencourt, Alessandra Nejar Bruno, Jisette Núñez, Helana Ortiz Garcia, Gustavo Luiz Padilha, Eduardo Miranda Ethur

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


Um dos mais importantes problemas de saúde pública, o câncer de mama é o segundo tipo de tumor maligno mais incidente entre as mulheres brasileiras e o tipo mais frequente entre as mulheres da Região Sul do Brasil. Efeitos colaterais associados aos quimioterápicos tradicionais, bem como a possibilidade de recorrência do tumor, impulsionam a pesquisa de novos fármacos antineoplásicos. A Eugenia anomala, espécie nativa das regiões sul e sudeste do Brasil, pertence à família Myrtaceae e produz óleos essenciais em seu metabolismo secundário. Muitas plantas deste gênero possuem diferentes propriedades biológicas, como antioxidantes e antimicrobianas, entretanto, muitas espécies deste gênero ainda são pouco estudadas quanto à atividade antitumoral. Desta forma, este estudo visa analisar as propriedades antineoplásicas do óleo essencial obtido a partir das folhas de E. anomala sobre a viabilidade de células de câncer de mama humano (MCF7), avaliando também efeitos em células não tumorais (HaCaT), bem como analisar a sua composição química. As células foram mantidas em estufa de CO2 à 37ºC com meio DMEM (MCF7) e High glicose (HaCaT), suplementadas com 10% de soro fetal bovino. As células, plaqueadas em placas de 96 poços, foram submetidas ao tratamento, realizado em triplicata com concentrações entre 0,05 a 0,5 μg/mL do óleo de E. anomala, solubilizado em veículo propilenoglicol, por 24h. A viabilidade celular foi determinada pelo ensaio de MTT (0,5mg/mL) nas células tratadas, controle (com meio DMEM) e controle veículo (com DMEM e DMSO), para ambas as linhagens, seguida da leitura das placas em 545 e 630 nm. A composição química do óleo essencial foi obtida por cromatografia gasosa no momento da extração e durante os tratamentos realizados. As diferentes concentrações testadas do óleo essencial de E. anomala afetaram significativamente a viabilidade das células tumorais, obtendo o IC50 de 0,148 ug/mL em células tumorais, enquanto para não tumorais o IC50 foi de 0,136 ug/mL. Em paralelo aos ensaios biológicos, o OE foi submetido à cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas para determinar suas composições químicas, demonstrando a presença majoritária dos compostos bulnesol e α-Cadinol (10,8% e 8,5%, respectivamente). Os resultados sugerem um promissor efeito antitumoral do óleo de E. anomala, sendo importante a continuidade do estudo para de determinar o efeito do óleo em outros parâmetros biológicos relevantes.


Palavras-chave


Câncer, Eugenia anomala, Culturas celulares.

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