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A campanha pela redemocratização na ótica de Ana Amélia Lemos
Natália Maria Poock Delavequia, Daniela de Campos

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


Em 1964 os militares chegam à presidência do País por meio de um golpe civil-militar e se mantêm no poder por 21 anos com o auxílio, entre outros fatores, do colégio eleitoral, mecanismo que passou a ser questionado no final do período ditatorial por aqueles insatisfeitos com o regime. A pesquisa “O processo de redemocratização do Brasil pelas páginas de Zero Hora: análise da página de Ana Amélia Lemos” verificou como a jornalista retrata uma das maiores manifestações populares do Brasil: a Campanha Diretas Já no jornal de maior circulação no Rio Grande do Sul. Inscrita no território da História do Tempo Presente, a pesquisa, metodologicamente, utiliza como fonte de análise o jornal, não o tomando como uma descrição exata do ocorrido, mas compreendendo suas escolhas e seus discursos dentro de um contexto mais amplo. Assim, examinou-se as colunas da jornalista Ana Amélia, editora de política à época inserida na rotina do Congresso em Brasília, publicadas de abril de 1983 a abril de 1984, quando foi votada a Emenda Dante de Oliveira. Comparou-se com os editais do mesmo jornal no período e com leituras realizadas durante a pesquisa. O objetivo geral da pesquisa foi analisar a cobertura da Campanha Diretas Já por meio da página da jornalista Ana Amélia Lemos. Para alcançar esse objetivo, foi analisado o contexto político e social do final da ditadura civil-militar, assim como o papel do periódico Zero Hora nesse cenário. Consequentemente, os resultados da pesquisa incluem a atenção da jornalista a outros assuntos, tais como o acordo entre PDS e PDT e o cronograma de possíveis candidatos à presidência pelo PDS, mais do que os espaços reservados aos comícios em prol da campanha, não mencionando o ocorrido em Porto Alegre no dia da votação. Além disso, destaca-se a atenção as falas de Leonel Brizola sobre o contexto político e a invisibilidade das falas do presidente do PT e do deputado Ulysses Guimarães. Destaca-se também a compatibilidade entre o discurso de abertura lenta através de acordos do jornal e os escritos da jornalista. Portanto, contribui-se para as pesquisas de redemocratização no sul do Brasil e para a escrita da história dos recentes movimentos sociais brasileiros, haja vista a análise do jornal mais lido no RS, o qual servia para formar opiniões contrárias ou a favor do discurso dele referentes a campanha que mobilizou diversos grupos sociais favoráveis a votação para presidência da república.

 


Palavras-chave


Diretas Já; Redemocratização; Ditadura

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