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“Desenvolvimento intelectual e infância perdida”: expectativas e receios na relação Educação e Informática através da Imprensa brasileira (1981-1985)
Jaciara Francisco, Marcelo Vianna

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


A partir de meados do século XX, com o surgimento de novas tecnologias, principalmente as computacionais, grandes esperanças desenvolvimentistas surgiram no meio industrial, principalmente entre os países em desenvolvimento, inclusive o Brasil.  Com a inserção dos microcomputadores na sociedade brasileira, a partir do início da década de 1980, as esperanças de alcançar uma sociedade informatizada foram ampliadas e pensadas em novos espaços sociais, dentre eles a Educação (1°e 2° graus), tanto em escolas públicas quanto privadas. Interessada em divulgar as novidades e debates do campo da Informática, a Imprensa brasileira foi uma importante difusora dos processos de informatização da sociedade, dando significativa atenção para a relação Educação/Informática, através de numerosas matérias sobre o assunto. A relevância do estudo está em investigar uma união até então inédita entre Educação (1° e 2° graus) e Informática, fomentando esperanças no desenvolvimento da sociedade brasileira a partir disso. Como objetivo, a presente pesquisa se dispôs a investigar de que maneira a grande Imprensa brasileira, representada por três jornais de maior expressão do eixo Rio-São Paulo (Jornal do Brasil, o Globo e o Estado de S. Paulo), divulgou as experiências dessa temática (Educação/Informática) entre os anos de 1981 e 1985, momento em que houve aproximação dos dois campos. Para a coleta de materiais foram acessados os acervos digitais dos respectivos jornais e bibliografias específicas sobre o campo jornalístico, sobre a História da Informática, da Imprensa e do Brasil foram utilizadas para fundamentar nossas conclusões. Nossos resultados preliminares apontam que a Imprensa adotou uma perspectiva otimista quanto essa relação, repercutindo positivamente as falas dos envolvidos (especialistas, docentes, discentes), as possíveis contribuições para formação dos jovens estudantes, como essas novas tecnologias poderiam auxiliar os docentes e como poderiam ser meios para desenvolver habilidades cognitivas e técnicas nos estudantes. As críticas encontradas nas fontes também corroboram para afirmar a postura otimista assumida por esses jornais. Foi veiculada apenas uma crítica direta, sob o título Massificação e infância perdida, e outras seis que expressavam os medos e receios por parte dos envolvidos, mas que logo em seguida demonstravam ser passíveis de serem contornadas. Ainda que posturas negativas fossem adotadas quanto as medidas estatais no campo da Informática, a Imprensa contribuiu para instigar a busca pelo futuro tecnológico, preparando os jovens “detentores do amanhã” para uma sociedade informatizada e democrática, que acabaria por vir tardiamente no Brasil.



Palavras-chave


História Social da Informática; Educação; Sociedade Informatizada

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