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Língua Portuguesa para imigrantes e refugiados: estudo de caso com imigrantes haitianos no IFRS-Campus Bento Gonçalves
Julia Sonaglio Pedrassani, Carina Fior Postingher Balzan, Leandro Rocha Vieira

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


Na última década, o Brasil tem recebido imigrantes e refugiados de diversas nacionalidades. Saber o idioma local é importante para que os imigrantes consigam interagir socialmente, procurar emprego e acessar serviços públicos de saúde e educação. Contudo, são poucas as ações que promovem o ensino de língua portuguesa para este público específico, o que também se reflete na falta de estudos científicos voltados à área e na reduzida oferta de materiais didáticos apropriados, justificando a importância desta pesquisa. Este trabalho vincula-se ao Curso de Extensão Língua Portuguesa para imigrantes e refugiados, realizado no IFRS-Campus Bento Gonçalves. A pesquisa tem como objetivo investigar o perfil sociocultural dos participantes do Curso, verificando, ainda, se o aprendizado da língua portuguesa está contribuindo para o processo de integração social desses sujeitos. A perspectiva teórica que norteia o ensino do idioma no Curso é a de língua de acolhimento, que abrange mais do que conhecimentos linguísticos, propondo momentos de aprendizado em que o aluno faz uso da língua em situações comunicativas concretas. O conteúdo das aulas é elaborado a partir das necessidades reais dos estudantes, portanto, traçar seu perfil é necessário para que o processo de ensino e de aprendizagem seja mais significativo. A pesquisa, de caráter exploratório, quantitativa e qualitativa, tem como metodologia o estudo de caso com a turma do Módulo II do Curso de Extensão, constituída por dezenove haitianos. Na metodologia, realizou-se uma revisão bibliográfica acerca da imigração contemporânea no Brasil e no Rio Grande do Sul, como também sobre o ensino da língua portuguesa como língua de acolhimento. Aplicou-se, ainda, um questionário com questões abertas e fechadas aos sujeitos da pesquisa. Os dados foram tabulados e analisados, relacionando-os à fundamentação teórica construída. Os resultados mostram que a média de idade dos participantes é de 30 anos, com predominância do sexo masculino; a maioria declarou ter Ensino Médio, e 79% possuem algum tipo de trabalho remunerado, com carteira assinada. Em relação à língua portuguesa, 84% afirmaram que o Curso de Extensão contribuiu para melhorar a comunicação e a interação com os falantes nativos da língua. Assim, percebe-se que, ao traçar o perfil dos participantes, pode-se desenvolver estratégias de ensino que atendam às necessidades do grupo. Esses resultados confirmam, ainda, que o aprendizado da língua portuguesa é uma necessidade imediata para a inserção social dos imigrantes e para a constituição de sua cidadania.

 


Palavras-chave


Língua portuguesa; Imigrantes e refugiados; Língua de acolhimento

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