Esta pesquisa trata do período do pós-colonização italiana na Serra Gaúcha, tendo como foco a colônia, depois município de Alfredo Chaves. A motivação do trabalho é entender o que se passou nesta localidade após sua ocupação. Para isso, desenvolveu-se uma pesquisa sobre a compra e venda de terras pelo período de 10 anos, entre 1892, data do primeiro registro, e 1902, período no qual Alfredo Chaves constituía-se dos atuais munícipios de Veranópolis, Nova Prata, Cotiporã, Fagundes Varela, Vila Flores, Nova Bassano e Vista Alegre do Prata. A metodologia do trabalho consistiu em pesquisa bibliográfica sobre a colonização italiana e posteriormente a criação de um banco de dados com as informações provenientes do cartório de Alfredo Chaves, guardados no Arquivo Público do Estado, em Porto Alegre e fotografadas pelo orientador no ano de 2019. Foram analisadas as seguintes informações: localização do lote vendido, data, comprador e vendedor, área, preço e testemunhas. Essas informações foram colocadas no programa de banco de dados Symphytum, o qual gerou uma planilha a partir da qual foi possível a análise desses dados. Como resultados parciais, podemos perceber que: as vendas aumentaram gradativamente ao longo do período estudado, da mesma forma que a quantidade de hectares vendidos; houve valorização do preço médio do hectare; constatou-se que os meses no qual mais se vendiam lotes eram maio, junho e julho, meses após a colheita da uva e do milho; quanto a área dos lotes vendidos, podemos constatar que a grande maioria era de meia colônia a uma colônia, o que indica que as terras nesse momento ainda não estavam sofrendo uma divisão profunda; como curiosidade, além de imigrantes italianos, que eram a grande maioria em Alfredo Chaves, são encontrados registros de compra e venda por parte de alemães e poloneses. Em comparação com a bibliografia, podemos perceber que nem todos imigrantes se enraizaram em suas terras como os livros afirmavam, comprando e vendendo seus lotes conforme seus interesses.