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Sobre a constituição da subjetividade
Pâmela de Souza Fiorio dos Santos, Adair Adams

Última alteração: 27-02-2020

Resumo


A constituição da subjetividade é questão fundamental do ser humano, pois o identifica e o singulariza naquilo que é e pode ser, sendo sempre única e irrepetível. Sua interpretação nem sempre faz parte das aprendizagens curriculares na educação básica. No Ensino Médio, momento de grandes decisões dos estudantes, grupo de abordagem do projeto, essa problemática tem importância maior, pois evoca um desencontro entre o que desejam ser, sem saber o que são enquanto sujeitos, e as expectativas criadas externamente pela sociedade. Posto que a compreensão de si é uma tarefa de cada ser humano, estabelece-se os objetivos do projeto aprovado no edital complementar 29/2018 PIBEN/IFRS: apresentar interpretações existenciais da Psicanálise de Sigmund Freud e da Fenomenologia de Martin Heidegger aos estudantes dos Cursos Integrados do Campus Vacaria; interpretar o humano a partir dos conceitos de Id, Ego e Superego, disposição afetiva e compreensão; debater com estudantes sobre a importância da autocompreensão no processo de escolhas vitais e decisivas futuras; refletir sobre os modos de vida atuais e como eles impactam sobre a saúde psicofisiológica dos jovens, sobretudo como se constituem a depressão e a ansiedade. O projeto se desdobra no estudo dos autores durante as três primeiras semanas de cada mês e, na última, na realização de encontros para apresentar e debater as reflexões sistematizadas relativas à subjetividade. É organizado um encontro de manhã, para alunos que estudam à tarde, e um à tarde para alunos do turno da manhã. Cada encontro tem duas horas de duração. Há boa adesão dos estudantes, pois compreendem que o projeto está relacionado aos seus anseios futuros e temores atuais. Os participantes depõem que as reflexões ajudam na compreensão de seus desejos, suas relações e nas definições relativas às escolhas, pois evocam as possibilidades de ser (Ego) na relação entre a dimensão pulsional (Id) e a da coação social (Superego). Outrossim, que os encontros colaboram para interpretar como vivem (disposição afetiva) em relação às patologias psicológicas. O fato que os seres humanos têm de colocar sua vida em questão manifesta que não são feitos de uma armadura rígida, mas de liberdade de ser. Nesse gesto de ser é que podem decidir sobre ter uma vida interessante. Os estudos dos autores referidos colaboram para compreensão aprofundada da condição humana na perspectiva da autenticidade das escolhas de ser nas dimensões individuais e coletivas.


Palavras-chave


Disposição afetiva; Autocompreensão; Liberdade de ser

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