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Estudo Ontogenético do esporófito de espécies do gênero Riccia L. (Ricciaceae) no Rio Grande do Sul
Thayse Cardoso Calescura, Daniel Martins Ayub

Última alteração: 14-03-2018

Resumo


As Riccias são hepáticas talosas, com talos na forma de rosetas completas ou de talos sobrepostos, apresentam de duas a três ramificações (lobos) com um sulco mediano bem evidente a partir do ápice, esmaecendo-se ao longo do lobo. Os esporófitos se localizam imersos ao longo da parte mediana dos lobos, os mais maduros na parte mais distal enquanto os mais jovens na região mais apical. O presente trabalho tem o objetivo de analisar as modificações morfológicas ao longo da formação do esporófito. Para verificar os diferentes estádios de desenvolvimento do esporófito foram utilizados gametófitos de Riccia plano-biconvexa Steph. e R. subplana Jovet-Ast. Gametófitos inteiros foram cuidadosamente lavados para retirada do solo. Sob estereomicroscópio foram dissecados para identificar regiões com esporângios em diversos estádios de desenvolvimento, da região apical à distal do gametófito, abrangendo esporos imaturos e maduros. Esporos maduros foram extraídos de esporângios e montados em lâminas para identificação das espécies. Fragmentos dos gametófitos foram fixados, desidratados, e embebidos em resina acrílica, posteriormente seccionados em 2 a 3 µm, aderidos a lâmina de vidro e corados com Azul de Toluidina O (0,05 %, pH 4,4), analisadas sob microscópio Olympus BX41, equipado com microscopia de campo claro e sistema de fotomicrografia com uma câmera Canon EOS D550. A partir do zigoto, o esporófito se transforma em um pequeno embrião com dois conjuntos de células: uma camada externa que se transforma em um tecido protetor, e uma massa interna que dará origem ao tecido esporogênico com dois tipos celulares: os esporócitos e as células nutritivas. Estas se degeneram e, junto com a camada protetora, formam uma solução viscosa (nutritiva) onde os esporócitos permanecem em suspensão. A camada externa forma o esporângio, com uma única camada de células delgada e começa a colapsar. As células mãe não preenchem completamente o esporângio até que a tétrade seja formada, as células nutritivas vão se dissolvendo e liberando seu conteúdo dentro do esporângio e uma substância mucilaginosa em que as células mãe ficam cercadas se mantem homogênea, e vai desaparecendo ao longo do desenvolvimento dos esporos. O estudo ontogenético do esporófito concluiu que esse é constituído por apenas uma camada de células, e que deva ser considerado como esporângio, funcionando apenas como envoltório, sem contribuição no desenvolvimento dos esporos. Por fim o esporângio desaparece completamente restando o arquegônio como responsável por dispersar os esporos.


Palavras-chave


Ontogênese; Esporófito; Riccia; Arquegônio

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