Portal de Eventos do IFRS, 5º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

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Morfo-anatomia do fruto em desenvolvimento de Cereus hildmannianus K. Schum. (CACTACEAE)
Marina Michelotto Klacewicz, Márcia Bündchen

Última alteração: 31-10-2016

Resumo


Alterações morfológicas, bioquímicas e fisiológicas dos frutos permitem inferir seu estádio de desenvolvimento e são utilizados como indicadores de época de colheita assegurando que esta ocorra no estádio adequado para armazenamento ou comercialização. Cereus hildmannianus K. Schum., é considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC), cujo fruto pode ser utilizado no desenvolvimento de produtos que gerem renda e valorizem seu cultivo e preservação, no entanto, os parâmetros de maturação de seus frutos não são conhecidos. Neste estudo, descreveu-se a estrutura histológica do fruto de C. hildmannianus, como parte de um projeto que visa determinar seus indicadores de maturação e seu ponto de colheita. Para isso, frutos foram coletados e classificados em três estádios de maturação com base no tamanho e na cor: F1 (frutos imaturos), F2 (frutos em estádio intermediário de maturação) e F3 (frutos maduros). Para a montagem das lâminas permanentes, as amostras previamente fixadas foram desidratadas em série etílica ascendente, incluídas em Glicol metacrilato, seccionadas em micrótomo rotativo e coradas. Parte do material foi seccionado manualmente. A análise das lâminas, registro microfotográfico e mensuração das estruturas celulares foram realizados ao microscópio óptico com auxílio do software Toup View. O exocarpo do fruto é formado por uma epiderme unisseriada medindo 25,00μm (±0,79 μm) em F1, 31,09μm (±6,12μm) em F2 e 22,54μm (±0,91μm) em F3. Abaixo da epiderme desenvolvem-se camadas de colênquima com espessura de 51,59μm (±16,44μm) em F1, 96,82μm (±20,02μm) em F2 e 86,79μm (±14,41μm) em F3. O mesocarpo parenquimático é constituído por células de formato isodiamétrico com diâmetro de 193,92μm (±28,65μm) em F1, 306,06μm (±23,02μm) em F2 e 337,23μm (±37,64μm) F3. Grandes células mucilaginosas distribuem-se aleatoriamente pelo interior do fruto, com diâmetro médio de 487,98μm (±64,37μm) em F1, 576,61μm (±103,42μm) F2 e 538,11μm (±57,51μm) em F3. Os feixes vasculares tornam-se abundantes na região mais interna no mesocarpo medindo em média 217,47 μm (±4,86 μm) em F3. Verificou-se o aumento do tamanho das células e espessura dos estratos na transição de F1 para F2. No estádio F3, que corresponde ao fruto maduro, ocorre a redução da espessura da epiderme, do colênquima e do diâmetro das células mucilaginosas. Ao longo do processo de maturação, o mesocarpo se desintegra parcialmente, liberando a mucilagem para o meio extracelular o que é interpretado como uma característica que confere ao fruto maduro sua consistência. Espera-se que estes resultados contribuam para a comercialização dos frutos de C. hildmannianus.


Palavras-chave


Tuna; Biodiversidade; Indicadores de maturação

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