Última alteração: 03-11-2016
Resumo
No contexto atual, a ciência perdeu seu status de autonomia e a orientação por princípios emancipadores, como pretendido na modernidade, ela está voltada para fins econômicos estabelecidos pelo mercado. Desse modo, o filósofo americano Hugh Lacey passa a chamá-la de tecnociência, ou seja, uma ciência que é feita para atender aos interesses do mercado, no qual os avanços técnico-científicos possuem como objetivo satisfazer as demandas. As pesquisas de Bernadette Bensaude-Vincent demonstram que na pós-modernidade a ciência não tem valor senão na medida em que contribui para a produtividade técnica, enquanto na modernidade se esforçava para dissimular o papel das técnicas na construção do saber. Nas últimas duas décadas trouxe mudanças para a sociedade pela ocorrência de diversos avanços tecnológicos, fazendo com que aumentasse cada vez mais a necessidade por produção tecnocientífica. De maneira que todos esses avanços recriaram pessoas, seus comportamentos, seus dinamismos, suas personalidades. Isso resulta numa conjuntura em que a sociedade possui uma dependência crescente dos avanços da tecnociência e precisa educar seus cidadãos para que possam suprir a demanda de mão-de-obra necessária para o desenvolvimento da tecnologia. Com cada vez mais empreendedores e pesquisadores ambiciosos para atingir fins capitalistas, a orientação das novas inovações está voltada para aumentar a produção, mas de um modo dissociado dos fins sociais. O principal objetivo alcançado nesse projeto foi elucidar a relação entre valorização social da tecnociência e expansão da educação profissional e tecnológica. A metodologia utilizada foi a qualitativa bibliográfica pertinente e realidade social/educacional contemporânea, a partir da qual desenvolveu-se uma hermenêutica crítica que busca avançar no problema proposto. Com base na investigação do nosso problema de pesquisa, é possível afirmar que, as pesquisas descontextualizadas (pesquisas dissociadas de arranjos sociais, contextos humanos e ecológicos e quaisquer valores) apresentam resultados que servem especialmente bem aos interesses vinculados a valor do progresso tecnológico e o valor do capital e do mercado, mas frequentemente em detrimento de outros valores. Consequentemente, a construção dos fins sociais, depende do acionamento de outras racionalidades e valorações que não o aparato técnico, desse modo, inclusive a educação profissional e tecnológica deve estar subordinada a fins sociais que não apenas os fins do mercado.