Última alteração: 06-11-2016
Resumo
O projeto de extensão traz à tona os modos de ver e pensar a cerâmica e sua potencialidade educativa. Mobilizar aproximações da cultura cerâmica com a comunidade escolar, para além do que já é compartilhado no cotidiano onde vivem, insere-se como possibilidade para podermos estabelecer outras relações sociais e educativas que reinventem uma perspectiva inventiva criadora com a participação de cada um. O Vale do Rio Caí, onde se localiza o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul/ IFRS - Campus Feliz, destaca-se pela produção de cerâmica e oferece oportunidades de trabalho e renda para a comunidade e região. Neste contexto, a cerâmica estrutural é predominante, entretanto, é possível abrir espaços e colocar em visibilidade aspectos da cerâmica artística que apresenta outras possibilidades de criação e produção cultural. Considerando esta realidade, algumas ações extensionistas foram deflagradas no evento “Dia do artista ceramista na América Latina”, realizado em 28 de maio de 2013 (Diehl, 2014) e surge o projeto Ceramicando com abordagens específicas a cada ano. Na edição de 2016, propõe o desenvolvimento de ações compartilhadas a partir das demandas recebidas das escolas, para proporcionar uma aproximação com a cerâmica nas abordagens educacionais, referentes à inclusão das relações étnico-raciais africana e indígena, no currículo escolar, bem como conteúdos da história e da arte, especialmente com a implementação da Lei No 11.645/2008. Desse modo o projeto tem por objetivo desenvolver ações extensionistas que promovam a visibilidade da cerâmica contextualizando abordagens curriculares da educação para as relações étnico-raciais, com os alunos da educação básica, por meio de ações que proporcionem experiências no campo da cerâmica, ampliando o conhecimento sobre a formação intercultural do povo brasileiro. A metodologia da proposição estético-pedagógica se desenvolve nas oficinas de modelagem e queima alternativa, bem como palestras e exposições, no espaço das escolas e do IFRS - Campus Feliz, com a participação de estudantes bolsistas. As ações em andamento promovem a cultura cerâmica e sua potencialidade educativa, como um lugar de liberdade para experimentações, que podem provocar a criação inventiva, as práticas e a produção de fazeres e saberes interculturais com os participantes. A abordagem das relações etnicorraciais lança um convite para que sejam atribuídos e ampliados os significados e sentidos do vivido, no entre-lugar habitado pela cultura, neste caso, a cerâmica, para o reconhecimento da responsabilidade social e da interculturalidade que constitui o povo brasileiro.