As aulas de Química frequentemente são vistas de uma maneira negativa pelos alunos da Educação Básica pela falta de relação dos conteúdos com o cotidiano, causando nos mesmos um desinteresse por essa área de conhecimento. Em contrapartida, a realização de atividades experimentais em sala de aula, entre outros fatores, tem sido apontada por vários pesquisadores da área como uma das formas de aproximar a Química do mundo concreto dos estudantes, e assim motivá-los para a aprendizagem de conceitos e competências científicas. Considerando isso, o projeto “Química Forense – Ambiente Interativo de Aprendizagem” tem como um de seus objetivos desenvolver experimentos associados à Química Forense que possam ser aplicados na Educação Básica. A Química Forense como temática motivadora contribui para despertar o interesse dos alunos pela Química e facilitar a sua compreensão e a relação da mesma com os conhecimentos cotidianos dos alunos. Além disso, atividades associadas à temática da Química Forense podem proporcionar aos alunos uma maior interatividade com conceitos químicos e procedimentos experimentais, ao desafiá-los a resolver um problema – no caso, analisar evidências que possam ajudá-los a desvendar um “crime”. Neste projeto, a partir de sugestões de professores que participaram no ano anterior de um curso de extensão sobre Química Forense, buscou-se elaborar atividades de fácil execução, com materiais acessíveis e que utilizem pequenas quantidades de amostras e de reagentes. Especificamente, foram desenvolvidas atividades experimentais de identificação de medicamentos através da técnica de spot test, e de diferenciação entre fibras animais, vegetais e sintéticas. Foram obtidos resultados positivos (reações colorimétricas) para a identificação dos medicamentos codeína, ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, naproxeno e paracetamol. Para diferenciação de fibras, utilizouse como reagentes tioglicolato de amônio, α- naftol, etanol e ácido sulfúrico, observando-se a mudança de estrutura física (aumento da elasticidade da fibra) e mudanças de coloração. Considerou-se as atividades de fácil aplicação com estudantes da Educação Básica, devido à obtenção de resultados imediatos (reações rápidas), visualmente claros e de baixo consumo de materiais e reagentes. Sendo assim, espera-se que a realização de tais atividades por professores em suas aulas de ciências ou química, preferencialmente associadas à resolução de problemas (como a proposição de investigação de um crime fictício, por exemplo), possa contribuir para a melhor compreensão da Química pelos estudantes e o despertar de interesse desses pela prática científica.