A agricultura familiar é uma categoria importante social e economicamente para o Estado do Rio Grande do Sul, representando 85,7% do número total de estabelecimentos, ocupa 30,5% da área agrícola do estado e contribui com 55% da renda gerada pela agricultura. Apesar disso, a categoria passa por problemas de êxodo rural, que se concentra na saída dos jovens do campo. Os jovens são considerados o futuro do campo e futuros sucessores das atividades agropecuárias. Por isso, é essencial que o espaço onde vivem seja valorizado, motivando e demonstrando as potencialidades de permanência dos mesmos neste meio. Considerando estas necessidades, o projeto de extensão “Sucessão rural na agricultura familiar: ações para incentivar a permanência do jovem no meio rural” foi desenvolvido objetivando promover ações que convidem os jovens a repensar os aspectos positivos que o meio rural possui, que expandam seus horizontes sobre as possibilidades de sucesso que podem obter através da agricultura. Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se a criação de uma cartilha que apresenta temas relacionados ao meio rural e a valorização do campo, a qual foi disponibilizada online e impressa; alimentação da página online do grupo “#SoudoCampo” com informações e entretenimento; desenvolvimento de adesivos e camisas com o logo “#SoudoCampo”; atividades quinzenais com estudantes oriundos da agricultura familiar de 7º e 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Linha Seco, no município de Sertão/RS. Essas atividades propõem aos jovens repensarem suas ideias sobre o campo. São realizados: debates; visitas de campo; depoimentos de agricultores(as); analisadas e vivenciadas músicas, fotografias e textos sobre o campo e a agricultura. Como resultados, os jovens participantes do projeto apontam que mudaram sua visão prévia de que o meio rural é apenas lugar de quem não possui alternativa de vida/profissional, passando a valorar em maior grau o local onde vivem e a destacar aspectos positivos do meio em questão. Conclui-se que essas ações pontuais criam formas de valorização do campo, bem como de união de grupos que se identificam com o meio rural, fortalecendo a identidade, o respeito, a estima e, consequentemente, demonstrando as potencialidades da vida no campo e do trabalho na agricultura que compreendem: retorno econômico satisfatório, qualidade de vida, contato com a natureza, possibilidade de produção do próprio alimento e com qualidade, cultura do meio rural positiva, etc. Como consequência, se observa um movimento que estimula a permanência dos jovens no campo, promovendo o desenvolvimento rural local.