Última alteração: 19-03-2018
Resumo
Fotografar não é operar câmeras. Talvez o senso comum não permita compreender como fotos profissionais apresentam maior qualidade do que as amadoras, mas a intuição favorece distingui-las. Fotógrafos consagrados sentenciaram frases que permitem compreender tal diferenciação. Ansel Adams explicou que não capturamos fotografias, nós a fazemos. Bresson disse que fotografar é alinhar cabeça, olho e coração. São muitos legados atestando a imagem fotográfica como uma construção que obedece a regras e sistemas a serem seguidos ou desafiados, dependentes de dois pilares, o conhecimento cognitivo/filosófico, e o exaustivo exercício experimental da fotografia. Um terceiro elemento é gostar do que faz. Compreender a empatia não será escopo deste trabalho pelas subjetividades das relações afetivas. Há terreno para isto, observando o desenvolvimento da mente social nos jovens. Segundo Vigotsky (2007), a criança/estudante desenvolve sua percepção e aprendizagem através de sistemas de interações nos níveis social e individual. É preciso interagir, conhecer/respeitar as regras e desafia-las, compartilhar aprendizados com seu grupo social, observar o alheio e refletir sobre si. Parece haver indícios desse modelo de aprendizagem observáveis em componentes curriculares aos quais os alunos da primeira turma do curso técnico em Processos Fotográficos foram submetidos. Para verificarmos tal hipótese, analisaremos se o meio pelo qual o aprendiz é conduzido pelo professor se encaixa no modelo de formação de mente social e se ocorreu sucesso nesse empenho. A metodologia de pesquisa será quanti/qualitativa e se dará por meio da elaboração de questionários e entrevistas junto aos professores das aulas teórico/práticas (3) e os alunos do curso (18). No caso dos professores a abordagem será identificar como se dá o processo de oferta do conhecimento/avaliação. Já nos alunos será avaliada a percepção do curso quanto aos conhecimentos adquiridos. Considerando a produção técnica, em 2017 foram realizadas 5 exposições fotográficas com trabalhos dos alunos, incluindo a Casa de Cultura Mário Quintana, a Assembleia Legislativa de Porto Alegre e o Fórum Mundial de Autoridades Locais de Periferia (FALP), além de um photo book com mais de 100 obras, elaborado pela turma e que será deixado como legado para a biblioteca do IFRS-Alvorada. Por se tratar de um trabalho iniciado no início deste semestre e em elaboração, os resultados parciais e considerações finais ainda estão em elaboração mas a produção técnica e o baixo índice de evasão são mensuráveis e indicam que um modelo de ensino convergente às propostas de Vigotsky (2007) apresenta bons resultados.