Portal de Eventos do IFRS, 24ª MOSTRA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DO CAMPUS PORTO ALEGRE

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Qualidade ambiental de parques urbanos: microclimas, qualidade do ar e níveis de pressão sonora do Parque Marinha do Brasil
Carolina Casarini Reis, Régis Ivan Halfen, Telmo Francisco Manfron Ojeda, Beatriz Regina Pedrotti Fabião, Jade Moreira, Magali da Silva Rodrigues, Renata Dias Silveira

Última alteração: 23-09-2024

Resumo


Os parques urbanos representam uma das principais áreas de lazer ao ar livre e de conservação de sistemas naturais na cidade. Para minimizar problemas, como os trazidos pelas atividades antrópicas, e assegurar a qualidade ambiental destes importantes espaços, a avaliação ambiental para compreensão dos impactos é uma ferramenta fundamental. Contudo, há poucos estudos sobre como variáveis – a exemplo de pressão sonora e parâmetros de microclima e qualidade do ar – interagem com a qualidade ambiental de parques. Diante disso, os alunos da disciplina de Projeto Integrador, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFRS - Campus Porto Alegre, realizaram a avaliação do Parque Marinha do Brasil. O objetivo foi avaliar a qualidade ambiental do parque através da análise da interação das variáveis supracitadas, tanto no verão quanto no inverno, e das possíveis relações de causalidade entre si e ligadas à sazonalidade e às características dos seus ambientes. Para tanto, o trabalho seguiu as etapas: (i) levantamento bibliográfico relacionado ao tema, incluindo estudos produzidos por turmas anteriores em parques urbanos de Porto Alegre; (ii) planejamento de pesquisa; (iii) adaptação dos materiais e métodos aos recursos disponíveis; (iv) visitas in loco para caracterização ambiental inicial, identificação dos pontos de coleta amostral, medições de parâmetros e obtenção de amostragens; (v) cultivo de microrganismos, observações microscópicas e análises físico-químicas em laboratório; (vi) organização e análise dos dados, com utilização de quadros, gráficos, estatísticas descritivas, testes de significância e comparações com padrões de qualidade; e (vii) interpretação dos dados e comparação com estudos passados. Os resultados mostraram que o parque apresenta: diferentes microclimas, com maior contraste térmico entre pontos no verão; concentrações atmosféricas de material particulado levemente acima do ideal para saúde humana; águas superficiais com partículas orgânicas e inorgânicas em suspensão, mas baixa turbidez; níveis momentâneos de pressão sonora que excedem, em alguns pontos, os limites normatizados de conforto; e disparidades estatisticamente significativas entre o ruído com e sem tráfego veicular. Estes dados evidenciaram que as variações nos microclimas estão fortemente relacionadas ao tipo e à presença de vegetação, à proximidade de ambientes aquáticos e a coberturas de concreto ou solo exposto, bem como à sazonalidade, tal qual encontrado em estudos anteriores no parque. A uniformidade na dispersão dos poluentes sugere uma possível falta de vegetação suficientemente densa para filtrar impurezas atmosféricas, e não foi possível correlacionar a existência de partículas em águas superficiais a fatores atmosféricos. Já a pressão sonora foi mais alta perto das vias movimentadas, mas a vegetação no perímetro do parque também não forma uma barreira densa, permitindo, ainda, a passagem do som sob suas copas. Assim, os dados gerados neste trabalho subsidiam a identificação das relações de causalidade e auxiliam na avaliação da qualidade ambiental do parque.

Palavras-chave


qualidade ambiental; parques urbanos; Parque Marinha do Brasil.